Jornalistas&Cia 1396

Edição 1.396 página 19 n A internet permitiu que muitos conteúdos migrassem do impresso para o digital, podendo ser consumidos em qualquer lugar e hora, diretamente de um dispositivo carregado na palma da mão. A situação afetou diretamente alguns negócios que dependiam dos impressos para manter o faturamento. u Estão as pessoas consumindo mais notícias pela internet, TV ou pelas folhas de um jornal? O efeito da internet é altamente perceptível nas bancas de jornais. Quem nunca passou em frente de muitas bancas de revistas em pontos estratégicos da cidade? A verdade é que, ao longo dos anos, as bancas se tornaram cada vez menos numerosas ou foram repaginadas e se tornaram outro tipo de negócio. u Os jornaleiros foram profundamente afetados pelo consumo online, principalmente em cidades pequenas, como o empreendedor José Barbosa do Carmo Júnior, natural de Santos Dumont, na Zona daMata mineira. Ele é dono da única banca da cidade, a Banca do Zezé, que anteriormente tinha concorrentes. Ele conta que a demanda por jornais e revistas, comparada há dez anos, é bem diferente, ao ponto de, por ser uma cidade do interior, alguns exemplares nacionais, regionais e municipais deixaram de ser enviados, mesmo com um pequeno público fiel. A mudança mais perceptível é aos domingos, dia emque todos os jornais eram vendidos. u Agora, a procura pelo produto se dá em razão de trabalhos escolares, ou até mesmo para uso com animais de estimação. Júnior explica que a geração mais jovem não tem o costume de ler jornal impresso por acessar tudo muito rapidamente pela internet. E quem tinha esse hábito está envelhecendo. u Júnior teve de se reinventar, mas sem perder as origens. Assim como muitas outras bancas no País, é possível verificar que os jornaleiros têm adicionado produtos básicos do cotidiano, como acessórios de celulares, para manter a renda. u As consequências da pandemia, dentro do contexto econômico enfrentado pelo setor editorial, também levaram os vendedores a se reinventarem. “As vendas caírameminha banca deixou de ter tantas revistas e publicações”, destaca Angélica Aleixo, vendedora de uma banca de revistas no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Para sobreviver, busquei outras mercadorias para vender”. Bancas de revistas se reinventam para sobreviver Banca do Zezé conitnuação - Minas Gerais (*) (*) Com a colaboração de Admilson Resende ([email protected]), da Multi Comunicar Confira os episódios em: Jairo Marques (Folha de S.Paulo) Caê Vasconcelos (UOL) Luciana Barreto (CNN Brasil) Nayara Felizardo (The Intercept BR) Luciene Kaxinawá (Amazônia Real) Erick Mota (Regra dos Terços)

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