Edição 1.396 página 16 que é um dessas milhares de pessoas, vai se sentir como se estivesse numa conversa a dois. Então, o rádio é entretenimento, informação, credibilidade, prestação de serviço. Ele temuma segundamaior força, que é o localismo. Eu falo para mim, meu bairro, a minha cidade, o lugar onde vivo. Então, as pessoas dizem: ele me representa, ele tem a ver comigo. Não vejo nada no meio digital que consiga ter esse valor e essa vibração do rádio”. Comas novas tecnologias e a chegada do formato podcast, omeio radiofônico teve a possibilidade de ampliar seu leque de ouvintes, que já era grande. Agora pode se aproximar de jovens que consomem conteúdos em áudio e seus smartphones. Para Rodrigo, todo tido de mídia que se baseia em áudio tem sua base no rádio. Assim, o podcast e os formatos no streaming são derivações do meio rádio: “Com o comando de voz, nós estamos vivendo a era dos Jetsons. E o que é voz? Voz é rádio! Voz é podcast! Voz é tudo! O rádio é tudo!”. Sobre o perfil técnico das emissoras brasileiras, o presidente da AESP afirma que estamos em pé de igualdade sobre o uso de equipamentos e tecnologias em muitas emissoras brasileiras e norte-americanas. Mas, temos alguns problemas que ainda persistem na comercialização do meio: “Eu diria que tem rádio aqui no Brasil que faz produto até melhor que nos Estados Unidos, Mas nós temos uma grande deficiência, que é exatamente como vender o rádio, como promover o rádio. Os Estados Unidos estão muito na frente. São ummercado comercialmente organizado há muitomais tempo. Provavelmente devem ter tido esse problema nos anos 1960 e rapidamente se reorganizaram para criar uma linguagem única para o rádio. Você pode pegar qualquer rádio, de qualquer lugar lá, que elas são muito eficientes na venda de seus produtos. Eles não erram na forma de vender. Obviamente, as políticas comerciais são diferentes, (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. mas a forma de se vender, de comprar rádio, é exatamente igual, é a mesma, de costa a costa”. Outro fator diferencial para Rodrigo na comparação do mercado de rádio no Brasil e nos Estados Unidos é que lá as emissoras atuam de formamais profissionalizada na gestão, podendo até abrir o capital emBolsa de Valores para captar recursos e alavancar novas produções ou implementar inovações técnicas de forma mais rápida e eficiente que as emissoras brasileiras. Tambémdestaca a maior quantidade de dados sobre os mercados e consumidores que facilitamna organização das programações e dão mais subsídios para os departamentos comerciais no momento da venda para os patrocinadores. “E a gestão não é só gestão do negócio, não é só fazer um negócio bem-feito”, diz. “Você tem desde o CEO até os funcionários mais básicos, todos integrados nas questões estratégicas. Lá um vice-presidente de programação sabe do que está falando. O mercado tem muitomais pesquisa. Nós fizemos o levantamento. Isso temuma certa defasagem – foi em 2015 −, mas são 52 formatos de programação. O que mostra a diversidade de possibilidades para os anunciantes e para os ouvintes”. Na próxima semana, na segunda parte desta entrevista, vamos explorar as questões de capacitação e como vender melhor o rádio no Brasil. Você pode ler e ouvir esse e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. Sudeste São Paulo n O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) denunciaram a “demissão arbitrária e de maneira caluniosa” do jornalista Sérgio Pais da TV TEM Bauru, afiliada da Globo na região. u Sergio trabalhava há dez anos na emissora, que o dispensou por justa causa, acusando-o do suposto furto de um chocolate. No momento da demissão, Sergio sequer foi informado do objeto do suposto furto. Além disso, segundo o SJSP, no ato da dispensa a TV TEM informou que havia realizado uma sindicância, sobre a qual o jornalista não foi comunicado e, portanto, não teve direito ao contraditório e à ampla defesa. u A entidade repudiou o ocorrido e por meio da Regional Bauru e de toda a sua diretoria está prestando apoio jurídico a Sergio. n A Editora Melhoramentos realiza no próximo sábado (11/2), às 15h, o lançamento e uma sessão de autógrafos do livro 90 Maluquinhos por Ziraldo, que reúne textos e ilustrações de 90 autores convidados sobre Ziraldo e a importância do escritor. O evento terá a participação de EDRA (organizador do livro), Alexandre Coimbra Amaral e Manuel Filho, na livraria Drummond, na Avenida Paulista, 2.073.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==