Jornalistas&Cia 1396

A carioca Glória Maria Matta da Silva foi certamente um ícone do jornalismo brasileiro. Ficou conhecida por seu pioneirismo: foi a primeira repórter negra de TV, a primeira a fazer uma transmissão ao vivo e a primeira a registrar sua imagem em HD. Também ficou conhecida por suas reportagens em locais exóticos, em situações de risco, grandes coberturas jornalísticas e entrevistas com famosos e personalidades. Ficou conhecida ainda por suas aparentemente inesgotáveis alegria e vitalidade, por esconder a idade e pela coragem, que ela insistia não ter. A morte dela, em 2 de fevereiro, ganhou dimensão nacional e ampla repercussão tanto no jornalismo quanto fora dele. A Globo deu a ela o status de “repórter maior”, sua principal estrela. Aparentemente, abriu para ela mais espaço até do que para o Rei Pelé. Foram dias e mais dias de homenagens, saudando tanto o seu talento, sua alegria, sua versatilidade, quanto a importância da cor da pele que, com ela, abriu e continuará abrindo caminhos para a negritude no jornalismo. (Veja na pág. 3) Curiosamente, todo esse prestígio não rendeu a ela um único prêmio de jornalismo, ao menos que tenha sido registrado pelo Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira, elaborado por este J&Cia e pelo Portal dos Jornalistas. Teria sido efeito do nosso proverbial racismo estrutural? Até onde se sabe, a batalha contra o câncer de pulmão que levou Glória a Deus foi a única que perdeu. Glória, adeus... Glória a Deus

Edição 1.396 - 8 a 14 de fevereiro de 2023 n Elaíze Farias, da Amazônia Real, recebeu em 1º/2 o Prêmio Anual Global de Defensora dos Direitos Humanos, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em cerimônia realizada em Washington, o evento faz parte das comemorações de 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do 25º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre os Defensores dos Direitos Humanos. u Elaíze foi a representante brasileira na premiação, que também reconheceu defensoras e defensores de direitos humanos de África, Ásia, América Central e Europa. Ela foi indicada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil em meados do ano passado. Seu nome foi anunciado como umdos dez premiados em dezembro de 2022. u Para o Depar tamento de Estado nor te-americano, os premiados são pessoas de todo o mundo que demonstraram liderança e coragem enquanto promoção e defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais. n Natuza Nery passará a apresentar, semanalmente, a Central GloboNews. O programa, que volta à grade do canal nesta quinta-feira (9/2), “trará o melhor da análise política, com muito debate, divergência e apuração. A melhor arena do debate político está de volta e agora veio para ficar”, diz Natuza. u A Central GloboNews, que continuará contando com a participação de todo o time de comentaristas da emissora, irá ao ar às quintas-feiras, às 23 horas. n Kennedy Alencar, que retornou à RedeTV no início do ano, quando participou da cobertura de posse do presidente Lula, reestreou na emissora em 3/1 o programa semanal de entrevistas É Notícia. O primeiro convidado foi justamente o presidente Lula, que falou sobre a criação de um grupo de países para lidar com questões da guerra da Rússia e da Ucrânia. Foi a primeira entrevista do presidente para umcanal de TV aberta desde o início do atual governo. u Kennedy, que atuou no canal entre 2008 e 2013, também integra a equipe da empresa como conselheiro editorial da presidência, diretor da sucursal de Brasília e comentarista político do RedeTV News. Kennedy Alencar está de volta à RedeTV Lula e Kennedy Natuza Nery apresentará a Central GloboNews semanalmente Natuza Nery Elaíze Farias recebe prêmio internacional de Direitos Humanos

Edição 1.396 página 3 n Agora, no sétimo dia, tudo já foi dito sobre a gloriosa Glória Maria. Falecida na última quinta- -feira (2/2), de um câncer metatástico, no Rio de Janeiro, teve o corpo cremado no dia seguinte. Deixou duas filhas. u Jamais falava de sua idade e, embora agora todos saibam, nós também não vamos falar disso. No programa Que história é essa, Porchat?, o apresentador perguntou aos convidados o que gostariam de escrever em suas lápides, e Glória respondeu: “Na minha não vai ter do ano tal ao ano tal. Isso aí tá fora”. u Independentemente de sua vida bem vivida, vamos ressaltar o importante papel que Glória representou para o jornalismo televisivo brasileiro. Seu começo, em 1970, na rádio-escuta da Globo, foi a porta de entrada para que, um ano depois, fosse contratada como repórter da Geral. Em 50 anos de carreira, nunca mais se afastou da emissora, cuja estrutura lhe possibilitou a realização dasmais extravagantes ambições de repórter, mesmo quando algumas de suas sugestões eram o que ela própria chamou de “falta de juízo”. Mesmo quando, já apresentadora no Fantástico e Globo Repórter, insistia em fazer reportagens espetaculosas. u Quando estreou, em 1971, os repórteres não apareciam nas matérias, apenas os cenários e personagens. Em 74, Glória foi pioneira diante das câmeras, numa reportagemsobre a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Alguns anos mais tarde, em 77, não havia luz durante uma cobertura, o que ela resolveu com o cinegrafista acendendo os faróis do carro em que estavam e gravando ambos de joelhos, na altura da luz disponível. u Ainda nos anos 70, foi a primeira pessoa a fazer uso da Lei Afonso Arinos, contra a discriminação racial. Impedida de entrar pela porta da frente num hotel cinco estrelas, por ser negra, registrou a ocorrência e entrou na Justiça contra o gerente. u Em1977, foi a primeira repórter a entrar ao vivo na transmissão da primeira matéria em cores do Jornal Nacional. Trinta anos depois, em 2007, participou da primeira transmissão em alta Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro Glória, adeus! Glória Maria: “Sempre carreguei essa visão de que tudo podia dentro do que eu fazia” Sete minutos de aplausos no Jornal Nacional definição (HD) na TV brasileira. Antes dela nenhuma jornalista negra teve tanto destaque na tela da TV, o que inspirou toda uma geração. u Apresentadora do Fantástico por dez anos, desde 1986, foi a primeira negra a desempenhar a função, o que lhe rendeu cartas de protesto de telespectadores racistas. São dessa época suas entrevistas com líderes políticos mundiais e celebridades pop. No Globo Repórter, foram 12 anos, até agosto de 2022. Mostrou mais de 100 países em suas repor tagens e protagonizou momentos históricos. u Durante a ditadura, em 1979, ao entrevistar o então presidente Figueiredo, ouviu o discurso em que ele afirmou “eu prendo e arrebento”, o que não foi gravado. Glória pediu que repetisse a frase, ele negou. Ainda o corrigiu quanto a um erro de português. O general passou então a hostilizá-la e orientou os seguranças para que mantivessem longe dele “aquela neguinha da Globo”. Ao lembrar o fato, Marília Gabriela, que trabalhou comGlória na emissora, ressaltou a importância do episódio: “Umamulher contrariando um general”. u Segundo Patrícia Kogut, crítica de televisão de O Globo, o pioneirismo de Glória Maria manifestou-se em termos de inovação no telejornalismo: “Nas atitudes, na forma de entrevistar e, principalmente, na maneira de viver as reportagens”. E a própria Glória, no programa Roda Viva, definiu seu desempenho: “Sempre carreguei essa visão de que tudo podia dentro do eu fazia”. u Nesta quarta-feira (8/2) foi realizada missa de 7º Dia pela alma de Glória Maria na capela da Embaixada do Brasil (estrada das Laranjeiras, 144), em Lisboa, Portugal, às 10h (hora local). Presidida por padre Omar, reitor do Santuário Cristo Redentor, teve a presença do embaixador do Brasil emPortugal, Raimundo Carreiro Silva, e de amigos de Glória Maria. Homenagens nos telejornais da Globo n Todos os telejornais da Globo fizeram homenagens a Glória. Chamou a atenção a do Jornal Nacional, em 2 de fevereiro. No encerramento do telejornal, profissionais das sedes da Globo em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Recife, além de Londres e Nova York, aplaudiram a jornalista por mais de sete minutos. u Além de uma extensa reportagem especial, a edição do Fantástico do último domingo (5/2) reuniu Maju Coutinho, Manoel Soares, Lilian Ribeiro, Tábata Poline e Cacau Protásio, todos negros, que destacaram a importância da representatividade da apresentadora em suas trajetórias. O Fantástico também mudou o nome para “Fantástica” em homenagem a Glória.

Edição 1.396 página 4 Últimas n O presidente Lula recebeu nessa terça-feira (7/2), para um café da manhã no Palácio do Planalto, jornalistas de 41 veículos considerados “independentes ou alternativos”. Participaram do encontro, além do presidente, a primeira-dama Janja, o ministro Paulo Pimenta, da Secom, o secretário de Imprensa José Chrispiniano e HélioDoyle, presidente da EBC (ainda não empossado formalmente). Com o intuito de se aproximar dos profissionais de comunicação, o presidente realizou evento semelhante em 12 de janeiro, recebendo 38 veículos da imprensa. Lula recebe a imprensa pela segunda vez no Palácio do Planalto Ricardo Stuckert/PR

Edição 1.396 página 5 conitnuação - Últimas n Entidades defensoras do jornalismo e da liberdade de imprensa, nacionais e internacionais, produziram um dossiê sobre a crescente violência contra a imprensa no Brasil, acirrada pelos movimentos golpistas das últimas semanas. O documento foi entregue ao Governo Federal nesta quarta-feira (8/2). u De 8 de janeiro, dia do atentado golpista em Brasília, até 11 de janeiro, as organizações registraram 45 casos de agressão física, ameaças, confisco de material de trabalho, roubos e ofensas contra a imprensa. Levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) apontou mais de 100 casos de ataques a jornalistas desde o fimdas eleições do ano passado. u O dossiê traz detalhes dos 45 mais recentes, pedindo providências por parte do Governo Federal, que incluem a garantia da segurança de jornalistas e de veículos de imprensa na cobertura de qualquer manifestação pública, espaços seguros para que prof issionais vítimas de agressões possamprestar depoimento, investigações céleres e a responsabilização dos agressores, que autoridades públicas se abstenham de proferir discursos ofensivos ou estigmatizantes contra a imprensa, entre outros. O documento foi encaminhado à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Entidades entregam ao governo dossiê sobre violência contra jornalistas n A Agência Lupa anunciou que está ampliando sua cobertura sobre desinformação. Além das já conhecidas checagens, a empresa passa a fazer mais análises, críticas, investigações e reportagens, trazendo notícias e dados exclusivos sobre a desinformação no Brasil. u Uma das novidades desta nova fase é que Chico Marés atuará como repórter especial da Lupa emBrasília. Até dezembro do ano passado, ele era coordenador de Jornalismo da empresa. Na sua estreia, Marés escreveu sobre um pastor evangélico de Goiás, commais de 100 mil seguidores no Instagram, que, utilizando o pseudônimo “Regina Brasil”, organizava a invasão de edifícios públicos em Brasília. u Os editores Leandro Becker e Maurício Moraes, que atuaram na cobertura das últimas eleições, serão os responsáveis pela gestão de mais de 20 repórteres e responderão diretamente à gerente de Produto Marcela Duarte. u O Meio&Mensagem entrevistou Natália Leal, CEO da Lupa, para comentar as mudanças e os desdobramentos das novas medidas da agência. Confira! Agência Lupa amplia cobertura sobre desinformação Chico Marés n Isabela Scalabrini deixou o Grupo Globo na semana passada, após 44 anos de casa. Em e-mail interno, o diretor de Jornalismo Ali Kamel contou que ela o procurou em2020 para encerrar a colaboração com a emissora, mas os planos foram adiados para janeiro deste ano. u Isabela iniciou a trajetória na Globo em 1979, como estagiária, passando por todos os setores do Jornalismo. Um ano depois, assinou contrato com a emissora. Posteriormente, trabalhou na equipe de Esportes. Kamel destacou que Isabela sofreu diversos ataques machistas e preconceituosos, “mas nunca deixou de noticiar algum fato e nem foi desrespeitada por jogadores ou treinadores. Nuncadeixoude fazer reportagemesportiva por sermulher”. Cobriu, entreoutros eventos, a Copa doMundo doMéxico, em 1986 e as Olimpíadas de Los Angeles e de Seul, além de tragédias como a chacina da Candelária e o assassinato de Daniella Perez. u Em 1998, mudou-se para Belo Horizonte, onde ficou por 25 anos. Apresentou o MG TV de 1998 a 2019. Nacionais Isabela Scalabrini deixa a Globo após 44 anos Isabela Scalabrini n O SBT fez demissões na sua equipe de Esportes nos últimos dias, que envolveram repórteres, produtores e editores. Segundo Flávio Ricco, do R7, a emissora precisou fazer uma reformulação no setor, devido à “necessidade de redefinir o quadro de funcionários e reduzir drasticamente os seus custos”. u O diretor de Esportes Luciano Callegari Filho foi um dos que saíram. Outros forama apresentadora Domitila Becker, a repórter Fernanda Arantes, o chefe de Reportagem Rogério Olmo e o editor Zeca Maranton. Segundo Ricco, outros funcionários ainda podem ser atingidos, e não há uma definição sobre quem assumirá a direção do setor. Os cortes ocorremapós o SBT perder para a Globo os direitos de transmissão em TV aberta da Libertadores. SBT promove demissões na equipe de Esportes Luciano Callegari Filho e Domitila Becker

Edição 1.396 página 6 conitnuação - Nacionais n O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) publicou em seu Instagram na semana passada diversos ataques à agência de checagem Aos Fatos. Ele expôs um e-mail da empresa que lhe pedia um posicionamento sobre tuítes que publicou nos últimos meses contendo ataques e informações falsas. u Aos Fatos está analisando as postagens dos parlamentares eleitos em 2022 com maior engajamento. O levantamento identificou 49 publicações de Gayer contendo ataques e conteúdos desinformativos. O que mais viralizou direcionava ofensas a nordestinos devido ao resultado das eleições. O deputado expôs o pedido de posicionamento de Aos Fatos e escreveu “Agência de checagem veio encher o saco hoje”. Em seguida, publicou que respondeu à empresa com “a única resposta digna”: uma risada em uma palavra de baixo calão. u Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram a atitude do deputado. n O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão e pagamento demulta por crime de racismo do apresentador Sikêra Jr., da TV Arapuã, afiliada da RedeTV na Paraíba. A informação é do UOL Splash. Em 2018, durante o programa Cidade em Ação, ele direcionou falas racistas e misóginas contra uma mulher negra. u O caso ocorreu em junho de 2018, mas a denúncia foi protocolada em 30/1. Na ocasião, Sikêra Jr. utilizou termos como “vagabunda”, “preguiçosa” e “venta de jumenta” para se referir àmulher. Ele tambémcomentou o fato de ela não estar com as unhas pintadas, dizendo que “mulher que não pinta a unha é sebosa”. u Para o MPF, em suas falas, Sikêra extrapolou os limites da liberdade de expressão e cometeu crime de racismo, “pois praticou discriminação e preconceito racial de gênero por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, cuja pena é de reclusão de dois a cinco anos e multa”. A ação será julgada na 16ª Vara Federal da Paraíba, que, por enquanto, não tem um acordo encaminhado como apresentador. Deputado federal de Goiás ataca Aos Fatos após levantamento sobre desinformação Gustavo Gayer MPF pede a prisão de Sikêra Jr. por crime de racismo Sikêra Jr EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E O Communicate to Change, da Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (Rede JP), é uma das iniciativas selecionadas para a Cl inton Global Initiative University 2023 (CGIU), da Fundação Clinton, do ex-presidente dos EUA Bill Clinton. Liderado por Marcelle Chagas, coordenadora geral da Rede JP, e Sandra Roza, coordenadora de Diversidade, Equidade, Inclusão e Relacionamento Institucional (RI), o Communicate to Change propõe uma transformação global unindo comunicação, educação e engajamento para jovens estudantes impactados pela pandemia. “O propósito é fazer com que a comunicação seja agente de mudança e transformação para as próximas gerações”, explica Chagas. Veja mais detalhes. Projeto da Rede JP é selecionado para programa global da Fundação Clinton

Edição 1.396 página 7 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Com a invasão da Ucrânia perto de completar seu primeiro aniversário, seria natural que o presidente do país invadido contasse com mais simpatia do que Vladimir Putin, um líder cuja reputação que já não era boa só fez piorar em um ano de guerra. Mas o ex-ator e produtor artístico Volodymyr Zelensky foi além da simpatia, consolidando-se como um verdadeiro ídolo pop em escala global. Ao manejar com perfeição as armas da guerra de relações públicas, ele encantou líderes globais, engajou celebridades, adotou símbolos como a camisa verde remetendo a trajes militares e criou uma plataforma de doações ancorada em sua própria figura. Nesta quarta-feira (8/2) ele parou a política do Reino Unido com uma visita-surpresa, recebido na porta do avião pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, aplaudido de pé no Parlamento e visitando o rei Charles no Palácio de Buckingham. Na semana passada, o ator Mark Hamill, que interpreta o herói Luke Skywalker em Star Wars, anunciou que vai leiloar cartazes de Star Wars autografados para ajudar a comprar mais drones para a Ucrânia. Os equipamentos servempara monitorar a atividade do exército russo e para ataques, no melhor estilo guerra nas estrelas, só que no mundo real. Convidar o ator para o “papel” é mais um lance inteligente Na guerra das relações públicas, Volodymyr Zelensky mostra-se imbatível de um plano de comunicação bem organizado. Hamill já estava ao lado de Zelensky desde 2022, quando se tornou embaixador do programa Exército de Drones e emprestou a voz para a versão em inglês do aplicativo da plataforma de doações United24. Angariar doações é necessário em um país com cidades devastadas. Mas a forma como a plataforma foi estruturada revela a estratégia de utilizar Zelensky como elemento central no programa de comunicação ucraniano. Ao entrar no site, o visitante encontra uma foto do presidente com roupa militar e a frase “a iniciativa do presidente da Ucrânia”. Não há destaque para imagens de pessoas atingidas pela guerra ou de cidades destruídas. É Zelensky na veia. Em um balanço dos nove meses completados esta semana, a United24 diz ter arrecadado US$ 278 milhões para ajuda médica, reconstrução e defesa. Uma página lista os itens adquiridos com as doações, a maioria para equipar o exército. A coluna da reconstrução está vazia, comuma nota informando que foram coletados US$ 14 mil e que os trabalhos começarão «em breve». Talvez para neutralizar críticas sobre a destinação dos fundos, o site exibe uma declaração do historiador e professor de Yale Timothy Synder, embaixador do programa de drones Shared Hunter, autor de livros e cursos sobre a Ucrânia. Ele diz ser sua intenção futura colaborar para restaurar escolas, universidades e bibliotecas, mas neste momento é preciso fazer o mais urgente: angariar recursos para “ajudar a Ucrânia a se defender dos drones assassinos”, uma narrativa em linha com o discurso de Zelensky. O profissionalismo na gestão das marcas Ucrânia e Zelensky não parece acaso. Em 2003 ele fundou com amigos a produtora Kvartal 95 e construiu uma carreira respeitada como diretor artístico de programas de entretenimento. Uma das produções foi Servant of the People, que o ajudou a chegar à Presidência com 73% dos votos em 2019. A mulher, Olena, era roteirista da produtora. Ocasal entende de narrativa. Ela também anda pelo mundo participando de eventos para garantir apoio à Ucrânia invadida. O resultado se traduz em números. Uma pesquisa do Instituto de Sociologia de Kiev revelou em dezembro que 84% dos ucranianos confiam em Zelensky, três vezes mais do que no ano anterior. Também em dezembro, a empresa de pesquisas britânica YouGov listou o presidente da Ucrânia como o segundo político estrangeiro mais admirado no país, com 62% de aprovação, perdendo apenas para Barack Obama. Zelensky tem obstáculos a contornar. O recente escândalo de corrupção no exército, que culminou com afastamento de chefes militares, é uma preocupação para quem se elegeu com discurso anticorrupção. Sua nova lei de mídia irritou organizações de defesa da liberdade de imprensa, que viram risco de censura a jornalistas e veículos críticos. Por enquanto, nada disso “grudou” nele. O capital de imagem acumulado no primeiro ano da guerra será valioso para neutralizar os atuais e futuros problemas. Zelensky com o rei Charles... ...e com o primeiro-ministro Sunak

Edição 1.396 página 8 conitnuação - MediaTalks Crise no Peru − Os riscos para jornalistas que cobrem a crise política no Peru estão aumentando: o repórter de TV Manuel Calloquispe, conhecido por denunciar atividades de mineração ilegal, teve que deixar a cidade de Puerto Maldonado e se refugiar na capital do país, Lima, ao constatar que manifestantes estavam cercando sua casa e discutiam em um grupo de WhatsApp planos para matá-lo. No mesmo dia, 27 de janeiro, o governador da região de Madre de Dios, Luis Otsuka, teve a residência atacada e reagiu disparando tiros, como registrou um vídeo que viralizou nas redes sociais. Em entrevista à Latina TV, que tem sede em Lima, Calloquispe contou que se preparava para fazer uma reportagem ao vivo sobre os piquetes, que pareciam pacíficos, quando percebeu que alguns manifestantes estavamem torno de sua casa. Um deles apontou para a residência informando aos demais que ele morava ali. Redes sociais − Uma pesquisa destinada a mapear os hábitos de consumo de notícias criados pela pandemia na América Latina apontou que quatro em cada dez entrevistados adotaram as redes como fonte de informação principal. Desses, porém, a maioria (67%) ainda recorre a sites de notícias para confirmar o que lê nas mídias digitais, um sinal da confiança no jornalismo tradicional. Mas, segundo o estudo, a Covid-19 fez com que 54.6% dos entrevistados passassem a desconfiar do noticiário tradicional. Embora 36% dos participantes da pesquisa tenham declarado que se informam regularmente por meio de perfis de jornalistas, uma parcelamais alta (40,6%) o faz em feeds de amigos, confiandomais nos filtros e na seleção pessoal dos conhecidos que acompanham do que em profissionais de imprensa. Mistério em Ruanda − Anistia Internacional, HumanRightsWatch, PEN International, Artigo 19, Repórteres SemFronteiras e Comitê de Proteção a Jornalistas estão entre asmais de 90 organizações de direitos humanos e jornalismo unidas emummanifesto cobrando do governo de Ruanda uma investigação transparente sobre a morte de John Williams Ntwali, por suspeitarem de violência e não de um acidente de trânsito. Importante jornalista investigativo, ele era editor do site de notícias online The Chronicle e criou no YouTube o canal de notícias Pax TV/Ireme News. Ntwali recebia ameaças frequentes por suas reportagens críticas ao governo. Segundo aHuman RightsWatch (HRW), a família foi informada sobre a morte em 19 de janeiro, quando a polícia pediu ao irmão do jornalista que identificasse seu corpo no necrotério do Hospital Kacyiru. Exilado e condenado − Em mais umcaso de assédio judicial a opositores ao governo Putin que se exilaram para fugir da repressão após a invasão da Ucrânia, o jornalista russo Alexander Nevzorov foi condenado em 1º/2 a oito anos de prisão pela corte distrital de Basmanny, em Moscou. Punido sob a acusação de divulgar “informações falsas” sobre os ataques às cidades de Mariupol e Bucha, ele também foi proibido de administrar websites por quatro anos. Nevzorov, de 64 anos, foi julgado à revelia, pois deixou o país logo após a invasão e estaria na Itália, segundo o jornal MoscowTimes. Mas só será preso se o governo conseguir sua extradição ou se for capturado em solo russo. Desinformação “exportada” − A invasão dos prédios dos Três Poderes emBrasília entrou na pauta de pesquisadores e analistas políticos, que procuram explicar as motivações e os mecanismos de mobilização para os atos que novamente retrataramo Brasil de forma negativa na mídia global e motivaram protestos contra os riscos para a democracia. Um dos que se debruçou sobre o tema foi o think thank Institute for Strategic Dialogue, baseado em Londres e com forte atuação nos EUA. O centro acompanha movimentos de desinformação e o avanço de teorias conspiratórias, que cresceram significativamente depois da era Trump. Seguidores inconformados com a derrota do ex-presidente nas urnas uniram-se no movimento Stop The Steal, endossado pelo político, defendendo que a eleição vencida por Joe Biden teria sido fraudada. Esta semana em MediaTalks Reprodução YouTube HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR?

Edição 1.396 página 9 Comunicação Corporativa n Morreu em São Paulo na tarde de 6/2, aos 71 anos, Decio Paes Manso, sócio-fundador do Grupo Boxnet, que estava à frente do Conselho de Administração da empresa. Ele foi pioneiro na introdução de tecnologia no segmento de mailings de imprensa, pelos idos dos anos 1980, ao lado do sócio Thales Toffoli, ocasião em que criou a Maxpress, que após mais de 25 anos fundiu-se com a concorrente I’M Press dando origem ao I’Max. u No sábado, passou mal e, socorrido, foi levado para o Hospital São Camilo, no bairro do Ipiranga, onde, após dois dias e alguns procedimentos cirúrgicos, veio a falecer depois de uma parada cardíaca. u Decio era também um dos sócios-fundadores do GECOM – Grupo Empresarial de Comunicação, que em 2017 lançou o Prêmio Jatobá PR, iniciativa em que perfilaram ao lado do Grupo Boxnet as organizações Business News, de Hélio Garcia; Jornalistas Editora, de Eduardo Ribeiro (que edita este J&Cia); e Mega Brasil, de Marco Rossi e Célia Radzvilaviez. u Ele deixa a esposa Rosana, os trigêmeos Rafaela, Fabiano e Enrico, os dois últimos hoje liderando como executivos o Grupo Boxnet, além de três netos. u O corpo foi cremado no Crematório de Vila Alpina. n Aline Almeida Magalhães, ex-gerente de comunicação da Energisa, onde esteve por dois anos e nove meses, começou em fevereiro como gerente de educação, inovação social e comunicação na Oi Futuro. Ela também esteve por 14 anos na comunicação da BAT – British American Tobacco e foi por um ano repórter de O Globo. Morre, aos 71 anos, Decio Paes Manso, do Grupo Boxnet Internacional n Camila Brandão Damato, que foi executiva de comunicação da Pfizer por quase oito anos e meio, até dezembro, mudou-se com a família para Lisboa. Ali pretende retomar suas atividades na área, como postou em mensagemno Linkedin. Oe-mail dela é [email protected]. Goiás n Eliérica Costa e Silva, coordenadora de comunicação, deixou a Enel em janeiro, após 17 anos e novemeses de casa, e na sequência iniciou nova jornada noGrupo Equatorial Energia, na função de executiva de comunicação externa, marketing e sustentabilidade. Rio Grande do Sul n Camila Pereira, que esteve por quase três anos e meio na PUC-RS, até dezembro, começou em janeiro como assessora de imprensa do Grupo Chaves. Decio Paes Manso Camila Brandão Damato Eliérica Costa e Silva Camila Pereira Rio de Janeiro Aline Almeida Magalhães começa na Oi Futuro Aline Almeida Magalhães

Edição 1.396 página 10 conitnuação - Comunicação Corporativa São Paulo n Ana Carolina Vidal Guedes, gerente de comunicação, deixou a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, onde esteve por quase 11 anos, até janeiro deste ano, e passou a atuar como consultora de comunicação autônoma. n Bárbara Nogueira, ex-aboutCom, onde estagiou e foi atendimento júnior, e que também passou pela Seven PR, atua desde outubro como assessora de influenciadores digitais autônoma. n Bruno Galo está de volta à Nova PR, após um hiato de cinco meses, período em que esteve na F5 Business Grown, como diretor de comunicação. Retorna na mesma função de diretor de PR e Comunicação. Ele foi anteriormente, por quase três anos, da NR-7. n EvelynCheida iniciou nova jornada, como consultora sênior de PR na FSB Comunicação, para o atendimento exclusivo da Acelen Energia. Ela foi anteriormente, por mais de cinco anos e meio, executiva sênior da Ketchum. Ana Carolina Vidal Guedes Bárbara Nogueira Bruno Galo Evelyn Cheida n Flávia Tartarella deixou a MktMix após quase 13 anos. Ela chega como head de imprensa da startup de luxo BVolt. n Giovana Ceschin, coordenadora de atendimento sênior, deixou a Ideal H+K Strategies, onde esteve por um ano e oito meses, até janeiro, e foi para o Grupo Carrera, como gerente de marketing. n Isabella Córdoba despediu- -se em janeiro da DezoitoCom, onde esteve por dois anos, como atendimento pleno, e agora faz parte da equipe de assessoria de imprensa da Index. n Juliana Tamdjian iniciou nova jornada profissional em janeiro, como gerente de atendimento na Giusti Creative PR. Esteve anteriormente, por quase quatro anos, na PinePR, e, antes, passou poucomais de dois anos na PiaR Comunicação. n Letícia Batista Nascimento integrou-se em janeiro ao time da 4Influence, como atendimento pleno. Estava até então, por pouco mais de um ano e meio, na Imagem Corporativa. n Mariah de Freitas encerrou seu ciclo na Agência NoAr, onde esteve por quase nove anos, e integrou-se no início de 2023 ao time da PinePR, como head de atendimento para contas de clientes startups e interpreses. n Priscila Santana, ex-Ajinomoto, onde esteve por pouco mais de 15 anos, até junho passado, integrou-se ao time de executivos da Race, que foi, aliás, sua agência na Ajinomoto por vários anos. Flávia Tartarella Giovana Ceschin Isabella Córdoba Juliana Tamdjian Letícia Batista Nascimento Mariah de Freitas Priscila Santana

Edição 1.396 página 11 conitnuação - Comunicação Corporativa Sávia Reis Stephanie Van Sebroeck Isabella Guerreiro n Sávia Reis, que deixou em outubro a Distrito, onde era coordenadora de branding, após um ano e oito meses de casa, começou em janeiro como head de comunicação na Blak Rocks, hub de inovação de startups fundadas por pessoas negras. n Stephanie Van Sebroeck deixou a Loures, onde era coordenadora e esteve por pouco mais de um ano e meio, e começou na Pros, como atendimento sênior. Entrou em licençamaternidade n Isabella Guerreiro, executiva sênior na Golin, no Rio de Janeiro, na agência desde setembro de 2021, responsável pelo atendimento à imprensa da seguradora Prudential do Brasil. Dança das contas n A XCOM fechou com a Rocket Lab, empresa especializada no desenvolvimento e impulsionamento do crescimento de usuários dentro dos aplicativos, que está noBrasil desde 2020. No atendimento, GiovannaMiranda, com gerência de Milton Rizzato Tocchetto e direção de Deborah Slobodticov. n Outra com novidade é a Vianews, nova agência de RP da Trellix, que atua na área de cibersegurança. Vai cuidar do relacionamento com a mídia no Brasil e no México. O atendimento no Brasil será feito por Rosângela Manchon, e no México, por Erich Haw, com gerenciamento de Rosa Pellegrino. n Na A4&Holofote, o novo cliente é a GTEX, fabricante de produtos de higiene e limpeza, que está completando 50 anos. No atendimento, Elisa Zaghen (eli [email protected] e 11-97695-3499), com direção de Paulo Figueiredo. u Vale registrar que a comunicação da GTEX conta, desde novembro, com o reforço de FranciscoHenriqueNascimento, que havia atuado até então, por poucomais de dois anos, na Tenda Atacado. Alémda A4&Holofote, a empresa conta tambémcom consultoria estratégica da Lunedi, especializada em agenda ESG, e de seu diretor Marcelo Alonso ([email protected] e 11-99656-3511), ex-executivo de comunicação de Natura, Vivo e Credicard. n A Máindi também tem conta nova chegando, da Insperiência, gestora de carreiras e ativos de personalidades do mundo do esporte e do entretenimento, dirigida por FabricioRamos. A conta será liderada pelo sócio-fundador e diretor de operações Gefferson Eusébio, tendo como head de atendimento Tercio Silveira (ter [email protected]). n Já a Bendita Imagemassumiu a conta de PR da Receita Previsível, consultoria que tem como propósito ensinar e aprender formas diferentes de ajudar as empresas a teremresultadosmais previsíveis e estruturados em suas vendas e que atua em Brasil, México e Canadá. Outras informações com Diego Palma Pendon, pelo [email protected]. n A Key Press Comunicação assumiu o atendimento à GA.MA Italy, marca global que atua no segmento de eletrobeleza e se destaca pelo foco tecnológico em seu portfólio de produtos. Na coordenação do atendimento, as diretoras Beatriz Marques Dias ([email protected]) e Caroline Fakhouri (relaciona@). n A Ink acaba de adquirir as operações da Nyo, agência de comunicação criada em 2019 por Armando Yamada, que havia sido por 17 anos e meio da RMA (hoje RPMA). Com o acordo, os clientes da carteira da Nyo nos segmentos de logística, telecomunicações, tecnologia e serviços passam a ser atendidos pela Ink e Yamada torna-se sócio e diretor de atendimento da agência. u A aquisição é a segunda da Ink nos últimos dois anos. Em 2021 a agência assumiu o controle da Market21, marca que também deixou de existir. “Estamos sempre atentos às oportunidades de mercado com o objetivo de fortalecer a posição da Ink em vários segmentos”, destaca Raul Fagundes Neto, fundador e CEO da Ink. u Com 19 anos de atuação, a agência conta com uma equipe de 40 profissionais e cerca de 50 clientes em vários segmentos, entre os quais a área pública, setor para o qual temum time de atendimento dedicado nas áreas de PR e digital. Pelo mercado Ink incorpora a Agência Nyo Armando Yamada Raul Fagundes Neto

Edição 1.396 página 12 Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. conitnuação - Comunicação Corporativa n Vai até esta sexta-feira (10/2) o prazo para as agências de comunicação participarem da Pesquisa Mega Brasil, que levantará informações do conjunto de agências do País para mostrar o desempenho no ano de 2022 e as projeções para este e os próximos anos. São 33 questões, algumas opcionais, que buscam apresentar um retrato detalhado do segmento, tanto no campo econômico e técnico quanto no humano e social, e que terão seus resultados publicados no Anuário da Comunicação Corporativa, que será lançado digitalmente no dia 16 de maio. u O trabalho, que chega à 14ª edição, é coordenado pelo Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas, sob a direção de Maurício Bandeira. Vai até esta sexta (10/2) o prazo para participar da Pesquisa Mega Brasil Conteúdo, que dá origem ao Ranking das Agências e aos indicadores setoriais, será publicado na edição 2023 do Anuário da Comunicação Corporativa n Além de Ricardo Cesar, do Grupo Ideal, dois outros executivos brasileiros do segmento das agências de comunicação integrarão a banca global do júri do PRWeek Global Awards 2023, um dos mais prestigiados prêmios do segmento no mundo: Marcio Cavalieri, sócio-fundador da RPMA Comunicação, e Cláudia Daré, sócia-fundadora da Intersect Latam PR. Marcio Cavalieri Cláudia Daré Setor fatura quase R$ 4 bilhões por ano u A Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação tem sido fundamental para o mapeamento da atividade e para aferir o perfil das empresas. Hoje, segundo o censo realizado em 2021 pela Mega Brasil, em parceria com a Abracom, há no País cerca de 900 agências formais ematividade, alémde outras 600 microagências informais. Crescendo ano a ano, nos últimos 15 anos, com raras interrupções, o setor faturou em 2022 quase R$ 4 bilhões, mantendo 17 mil empregos diretos. u “Graças a esse trabalho”, diz Maurício Bandeira, “as agências de comunicação passaram a conhecer melhor o tamanho e a importância da atividade e com isso a aprimorar o planejamento e as estratégias de negócios e de mercado”. Segundo o coordenador da Pesquisa, “ela sempre busca avançar, evoluir, aportando à atividade conteúdos novos e estratégicos, como acontecerá novamente este ano, com levantamentos sobre questões étnico- -raciais e de gênero, e sobre o uso das redes sociais, que serão ranqueadas pela primeira vez”. Pesquisa é aberta a toda e qualquer agência de comunicação do País u A Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação é aberta a toda e qualquer agência de comunicação do País, independentemente de porte, especialidade ou região em que atua. Agências que participaram em anos anteriores podem preencher a Pesquisa acessando login e senha cadastrados na plataforma. Para as entrantes, é só preencher os dados cadastrais para ter acesso e responder à Pesquisa neste link. u Outras informações com Bruna Valim ([email protected] e 11-97852-9239) e Clara Francisco (clarafrancisco@ e 11-98843-0304), que estarão à inteira disposição. PRWeek Global Awards A equipe do jornal ainda não estava completa e seu editor- -chefe, José Aparecido da Silva, o Zequinha Neto, que já chefiara outras redações em Boa Vista, professor no curso de Comunicação da UFRR, selecionou um dos seus alunos como repórter estagiário. Foi então que, como ocorreu com ele lá no passado, resolveu batizar seu foca: “Rapaz, vá à gráfica e peça ao seu Mundinho pra me mandar um kwh pra eu azeitar a IBM”. O rapaz foi, veio com uma geringonça e avisou: “É pra pôr na tomada antes”. Disposto a seguir com o trote, assim que ligou levou o maior choque. Todomundo caiu na risada e então o rapaz exclamou: “Ih, esqueci de dizer! Meu tio mandou avisá-lo de que com parente dele ninguém mexe”. Kwh − 1. Símb. de quilowatt-hora (Aurélio). O contratrote

Edição 1.396 página 13 AUTO Patrocínio TOME NOTA Doação – n O Projeto Musica Transformando Vidas (Promuvi), que tem uma orquestra composta em sua maioria por pessoas cegas e que conta com assessoria de imprensa voluntária de Chicolelis, está precisando de ajuda. Que puder contribuir, de maneira recorrente ou única, pode fazer uma doação via PIX para 23018452000104. n Lançado emmeados de 2021, o Via Digital, projeto de Lucia Camargo (ex-Motor Show, Carro, Jornal do Carro e A Tarde), ganhou na última semana um canal no YouTube. “A ideia do canal é ampliar as plataformas digitais da Via Digital, além do site e redes sociais”, explica ela. “A proposta é ter um conteúdo bem diversificado, com lançamentos de carros, avaliações, cobertura de eventos, entrevista com executivos do setor, além de prestação de serviço com reportagens e séries”. u O Via Digital segue com coluna semanal e produção diária de reportagens distribuídas para publicações de todo o Brasil, veiculadas em sua própria página: www.viadigital.com.br. E mais... n Estreou em 1º/2, na rádio Estilo FM, de São Paulo, o programa GaragemHighway. Apresentado por FernandoTelles e Annunziato Caporrino Junior, CEO das Lojas Highway, o programa traz clássicos nacionais e internacionais dos anos 1970, 80, 90 e 2000, alémde interações comos ouvintes, prêmios e informações e dicas do mundo automotivo. A atração vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 17h às 19h, nas frequências 93,3 FM (Grande São Paulo e Litoral), 98,1 FM (Itatiba) e 96,7 FM (Sumaré), ou na internet pelo link. n A AutoData Editora lançou na semana passada o Guia Automotivo Brasileiro 2023. Em sua sexta edição, a publicação traz conteúdos bilíngue (português e inglês), com o objetivo de levar informação também aos executivos que atuam no Brasil, mas que não dominam a língua portuguesa. São 150 páginas com análises, dados e reportagens que ajudam a entender melhor a indústria automotiva brasileira. Confira! n A menos de dez dias do início da votação de seu primeiro turno, programado para 16/2, a eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2023 já conta com a participação de quatro grandes marcas da indústria automotiva nacional. u General Motors e Honda confirmaram participação entres os patrocinadores da iniciativa, enquanto Volkswagen e Volkswagen Caminhões e Ônibus entrarão com cotas de apoio. Vale lembrar que todas as marcas também estiveram presentes na edição 2022 do prêmio, renovando assim suas participações na premiação. u Em sua quinta edição, o concurso reconhecerá os jornalistas e publicações mais admirados da imprensa automotiva brasileira em 12 categorias: Jornalista – Geral, Jornalista – Motos e Jornalista – Veículos Comerciais, Colunista, Influenciador Digital, Áudio (Podcast), Áudio (Rádio), Jornal, Revista, Site, Vídeo (Canal/ Redes Sociais) e Vídeo (Programa de TV). u O formato da eleição seguirá o mesmo adotado nos anos anteriores, em duas fases, com o primeiro turno de livre indicação e o segundo direcionado, em que concorrerão os nomes mais votados na primeira fase. A cerimônia de premiação está prevista para 24 de abril, em São Paulo. PELO MERCADO GM, Honda, Volkswagen e VWCO confirmam apoio aos +Admirados da Imprensa Automotiva PELAS REDAÇÕES Via Digital, de Lucia Camargo, ganha canal no YouTube Fernando (esq.) e Junior

Edição 1.396 página 14 PRECIO SIDADES do Por Assis Ângelo Acervo ASSIS ÂNGELO Nascida na Quarta-feira de Cinzas de 1923, que caiu no dia 14 de fevereiro, a carioca de BanguCarmélia Alves cantou o Brasil emquase todos os ritmos: cateretê, toada, forró, choro, frevo, xote, sambas-canção, sambas de enredo (com Geraldo Filme, em 1969) e até marchinhas de carnaval. Começou cantando samba e até um LP com músicas da bossa nova ela gravou, em 1964. No auditório da Rádio Jornal do Commercio, em Recife, fez uma apresentação histórica interpretando baiões e tudomais. Foi emnovembro de 1950. Fez um pot-pourri e caiu na boca do povo. Não demorou e Luiz Gonzaga, que emplacava um sucesso atrás do outro a partir do Rio, a chamou de rainha do baião e até simbolicamente a coroou como tal. Não custa lembrar que Carmélia gostava de ouvir rádio e de cantar imitando, até nos trejeitos, a portuguesinha CarmenMiranda. Carmélia, de batismo Carmélia Alves Curvello, tinha uns 17 anos de idade quando − a princípio semos pais saberem− passou a frequentar auditórios e programas de calouros que se multiplicavamnas emissoras de rádio do Rio. Passou em todos, até no Estrada de Jacó ou algo parecido, comandado pelo invocado mineiro Ary Barroso. Em 1943 Carmélia gravou o primeiro disco: um 78 rpm, com as músicas Quem Dorme no Ponto é Chofer, de Assis Valente; e Deixei de Sofrer, de Horondino Silva e Buco do Pandeiro. Essa informação não está na discografia da música brasileira de 78 rpm e, até onde sei, em livro nenhum. Curiosidade: o referido disco foi produzido de modo independente, com o flautista Benedito Lacerda à frente. Os cantores Chico Alves, Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro e a divina Elizeth Cardoso formaram um coro para acompanhar a brilhante estreante. O disco foi independente, está claro? Carmélia Alves: 100 anos de vida e carnaval Mesmo fazendo bonito nos programas de calouro, Carmélia não conseguiu encantar de imediato os bam-bam-bans das gravadoras. Carmélia deixou a casa dos pais três meses depois de conhecer o paulista José Andrade Vilela Nascimento Ramos, comquem se casou no dia 27 de junho de 1944. Tempos de guerra e de dificuldades em todo canto, inclusive no Brasil. Carmélia cantou em quase todos os cassinos do Brasil, antes e depois de ficar famosa. O presidente à época era o gaúcho Getulio Vargas, substituído pelo marechal Dutra e por ordem da mulher, Carmela, achou por proibir o jogo de cassino no Brasil. Fato que mexeu profundamente com a vida dos artistas da época. Eu conheci Carmélia Alves num ano qualquer da década de 1990. Viramos amigos. Ela frequentava a minha casa e eu a dela, em Teresópolis (RJ). Fui lá várias vezes. Ora sozinho, ora com o sanfoneiro cearense Cezar do Acordeon, com quem cheguei a dividir parceria numa música em homenagem a ela. Homenagem em vida, né? Tive ótimos papos comomarido da Carmélia. Vozeirão, voz bonita. Jimmy Lester, alémde cantar, tocava vários instrumentos e produzia shows na vida. Sua carreira como cantor não duroumuito. Porque não quis. Gravou bons discos, boas músicas. Gosto de Jangada, canção do maestro Hervê Cordovil e do radialista Vicente Leporace, gravada em 1952. Foi nesse ano em que eu nasci, na capital paraibana. Ele deixou a carreira para dedicar-se à mulher. Escreveu e dirigiu vários espetáculos dela no Brasil e no exterior. “Jimmy foi meu único homem. Minha vida comele foi muito bonita, muito boa. Fomos marido e mulher durante 54 anos”, disse-me uma vez Carmélia. Carmélia Alves foi uma mulher incrível. Embora imitasse Carmen Miranda no início da carreira, conseguiu destacar-se na música brasileira como uma das maiores vozes. Cantava lindamente. Depois que achou a sua própria voz, o seu timbre, aí ninguém mais a segurou. E não dá para compará-la a ninguém, nem a Dalva de Oliveira ou a Elis Regina. Foi grandona, mesmo! Não à toa, tráfegou com extremo desembaraço nos ritmos e gêneros musicais que abundam no nosso país. Gostava de ler. Érico Veríssimo era um de seus grandes autores. Gostava da música erudita: Bach, Beethoven… Não foram poucos os discos que Carmélia gravou. Dezenas, dezenas. Seu repertório é extenso. E cantava onde tinha gente pra ouvi-la. Gravou discos em vários países: na Rússia, Alemanha, Itália, EUA, Argentina, Uruguai (onde gravou umbelíssimo LP), Portugal, África e tal. Divulgando o baião e outros gêneros de nossa música, Carmélia apresentou-se em dezenas e dezenas de países com Jimmy a seu lado. Levou a sério o “título” de rainha do baião dado por Gonzaga. Fez muito sucesso. Músicas que gravou continuamno inconsciente popular. Exemplos: Sabiá na gaiola, Trepa no Coqueiro… Minha filha caçula, Clarissa, ama até hoje Sabiá na Gaiola… De Gonzaga e parceiros, Carmélia gravoumuitas músicas. E de Hervê também, até um LP só com Apresentação na Rádio Jornal do Commercio Carmélia, ao centro, com Assis e as também cantoras Marinês (esq.) e Anastácia

Edição 1.396 página 15 músicas dele. Isso em1959. Nesse ano, o radialista Cezar Ladeira fez um radioteatro abordando a vida de Carmélia e Jimmy. Título: Amor de sua Vida. O único registro desse programa está no acervo do Instituto Memória Brasil (IMB), num disco nunca levado comercialmente à praça. O Brasil precisa dar mais atenção aos seus artistas, não é mesmo? Carmélia Alves Curvellomorreu no Retiro dos Artistas, no Rio, abandonada, no dia 3 de novembro de 2012. Jimmy Lester morreu no dia 13 de novembro de 1998. Viva a rainha de todos os baiões, do samba ao frevo! LEIAMAIS: FESTA NOCÉUCOMOREI E RAINHA DOBAIÃO • CARMÉLIA DE BAIÃO TAMBÉM ERA DO FREVO • REIS DA MÚSICA CANTAM SÃO PAULO • AINDA CARMÉLIA ALVES Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora Amor de sua Vida PRECIO SIDADES do Acervo ASSIS ÂNGELO Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) O conceito acima é um dos maiores desafios da radiodifusão brasileira, segundo Rodrigo Neves, diretor do Grupo Bandeirantes e presidente da AESP – Associação Paulista de Emissoras de Rádio e Televisão. Com uma trajetória familiar no meio radiofônico, ele se apaixonou pelo rádio ainda criança. Nascido em São Manoel, no interior de São Paulo, cidade adotada pelo pai, que logo que chegou encantou-se com a emissora local. No final dos anos 1950, o patriarca da família já era o gerente da rádio em uma cidade com aproximadamente 20 mil habitantes e sem televisão. Desta forma, o menino Rodrigo, terceiro dos quatro filhos, desde cedo acompanhava os pais na lida radiofônica. Entre as curiosidades ele lembra um momento em que participou meio que sem querer de um dos programas: “Toda sexta-feira tinha um programa. Era um palco, auditório, o antigo Teatro de São Manuel, que se chamava Clube Sexta-Feira. Isso deve ter sido por volta de 1963. Tinha um piano de cauda e um professor, Iris Canela, que tocava para acompanhar todo mundo. Além dos grupos locais e eventualmente regionais que participavam. Meus pais não tinham com quem me deixar em casa e me levaram. Só que, naquela época, a gente saía de casa de pijama, já pronto para dormir. Eu fiquei sentado no piano de cauda com dois amigos. Éramos três crianças, se bemme lembro. Quando o programa estava terminando, um dos apresentadores falou: ’Ah, e hoje a gente teve aqui a presença especial, no nosso palco, do Darlan, do Rodrigo e do Fulano (não lembro quem era o terceiro), mas eles estão todos de pijama!’. Eu quase morri de vergonha”. Rodrigo passou por todos os estágios profissionais dentro das emissoras em que atou, até que nos anos 1990 chegou a executivo. Desde então mantém a paixão pelo meio, pensando no negócio e no mercado. Diante do centenário da primeira transmissão oficial no Brasil, Rodrigo lembra da pujança do rádio, que vem se reinventando e abrindo novas frentes de mercado. Para o executivo, o meio radiofônico beneficiou-se dos avanços da tecnologia para ter uma dupla função de cobertura: local e mundial (pela internet). Outro aspecto que ele lembra é que os meios digitais têmuma vida útil muito curta, comparada aos meios tradicionais. Ele cita o Orkut e as dificuldades de monetização da própria Netflix como exemplos da efemeridade do ambiente digital. Em contrapartida, o rádio vem se mantendo, mesmo com menos recursos, mas ainda atingindo praticamente 90% dos lares brasileiros. “O rádio tem um vigor, um poder de comunicação, uma empatia que nenhum outro meio tem. Eu posso estar falando só com você, mas também posso estar falando para milhares de pessoas. E você, Temos de melhorar a forma de vender o rádio brasileiro Rodrigo Neves

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