Edição 1.385 página 3 Especial Consciência Negra 1888. Tinha 52 anos. Seu féretro foi acompanhado por cerca de 4 mil pessoas. A população da Capital paulista era de 40 mil habitantes. O corpo está sepultado no Cemitério da Consolação. Durante toda a sua vida Luiz Gama atuou na imprensa paulista e em alguns jornais do Rio. O que escreveu está sendo reunido pelo doutorando em História do Direito Bruno Rodrigues de Lima, da Universidade de Frankfurt. Segundo ele, esse material será publicado até o final deste ano pela editora Hedra, em 11 volumes. Não à toa, os poderosos de seu tempo o temiam. Uma de suas frases fez muito barulho, esta: “Todo escravo que mata um senhor, seja em que circunstância for, mata em legítima defesa”. Gama, autor do livro Primeiras Trovas Burlescas (1859) costumava apresentar-se assim: Amo o pobre, deixo o rico, Vivo como o Tico-tico; Não me envolvo em torvelinho, Vivo só no meu cantinho: Da grandeza sempre longe Como vive o pobre monge. Tenho mui poucos amigos, Porém bons, que são antigos, Fujo sempre à hipocrisia, À sandice, à fidalguia; Das manadas de Barões? Anjo Bento, antes trovões. Faço versos, não sou vate, Digo muito disparate, Mas só rendo obediência À virtude, à inteligência… (Quem Sou Eu, páginas 110 a 114) Os poderosos mais esclarecidos viam no filho de dona Luiza Mahin um dos revoltosos da tomada de São Domingos, no Haiti. Se Luiz Gama foi o primeiro jornalista negro de nossa história, também não custa lembrar que foi um jornalista negro o primeiro e único, até agora, a ocupar a cadeira de presidente da República, entre 1909 e 1910, depois de eleger-se deputado Constituinte, governador do Rio de Janeiro e senador. Refiro-me ao fluminense Nilo Procópio Peçanha. Nilo Peçanha nasceu no dia 2 de outubro de 1867 e morreu no dia 24 de agosto de 1924. Era pobre, de família pobre. O pai era padeiro. Frequentou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, mas bacharelouse no Recife. Tinha 20 anos. E, como Luiz Gama, foi um grande abolicionista. Permaneceu no cargo de presidente por 17 meses, substituindo Afonso Pena (1847-1909), que morreu no Catete vítima de pneumonia. Bom administrador da coisa pública, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura e introduziu o ensino técnico no Brasil, depois de criar o Serviço de Proteção ao Índio, que em 1967 se transformaria na Funai. Contemporâneo de Luiz Gama foi o poeta, tipógrafo e editor literário Francisco de Paula Brito quem descobriu Machado de Assis para as letras nacionais. O tempo faria de Machado crítico literário e colunista político, com presença frequente no Parlamento. Publicava seus textos políticos no Diário do Rio de Janeiro. Embora tenha sido o fundador da revista A Mulher do Simplício (1832) e dos jornais O Homem de Cor (1833) e A Marmota (1849), Brito não se considerava jornalista. Assis com livros sobre imprensa negra A equidade racial é um valor amplamente disseminado na Aegea. Há cinco anos, por meio do programa Respeito Dá o Tom, buscamos combater a desigualdade racial no mercado de trabalho, ampliando as oportunidades de emprego e aumentando a representatividade nos diversos níveis hierárquicos da companhia. movimenta a inclusão Nossa natureza Diego Azevedo Fiscalização Angélica Braz Responsabilidade Social Prolagos Para nós, todo dia é Dia da Consciência Negra. aegea.blog.br/ Pág.1
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