Jornalistas&Cia 1381

Edição 1.381 - 19 a 25 de outubro de 2022 n A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 28 ataques a mulheres jornalistas em setembro, o que representa um terço do total de casos a comunicadoras registrados no ano até agora. Esses episódios representam aumento de 250% em casos do tipo em comparação ao mês de agosto, e um aumento de quase 48% em comparação a setembro de 2021. u A maior parte dos casos está relacionada à cobertura eleitoral (64,3%). Além disso, metade das agressões teve a participação de agentes políticos e estatais. O tipo de ataquemais frequente foi o de discurso estigmatizante, que tenta desmoralizar e descredibilizar as jornalistas, representando quase 68% do total de casos. A Abraji analisou também quantos dos ataques partiram de candidatos à Presidência. Confira mais dados no site da Abraji. n Hackeada em 8/10, a Record teve documentos sigilosos e dos funcionários vazados na Deep Web, zona da internet que não pode ser detectada facilmente pelos tradicionais motores de busca, conhecida por abrigar conteúdos ilegais e imorais. u Por causa do ataque, a emissora perdeu o acesso a todo o acervo gravado, como reportagens, quadros ematerial histórico, bem como o acesso dos funcionários aos números do Ibope pelo celular. Os criminosos exigiram US$ 5 milhões em bitcoins (cerca de R$ 25 milhões) para devolver a chave de acesso. u De acordo com Ricardo Feltrin, do UOL, os hackers divulgaram uma planilha digi tal izada com os gastos detalhados do grupo Record, bemcomodocumentos sigilosos das receitas com publicidade e até do departamento jurídico da casa. Além disso, divulgaram passaportes dos funcionários. u O alerta do vazamento dos dados foi dado pelo investigador de crimes digitais @akaclandestine. u Ainda segundo Feltrin, o ataque sofrido pela Record teve o mesmo modus operandi do que vitimou a JBS em 2021. A empresa fez o pagamento de US$ 11 mi, mas mesmo assim os seus dados estão à venda na Deep Web. u A Record tinha até 15/10 para efetuar o pagamento e não o fez pois nada garantia que seus dados não fossem à venda mesmo após isso. n O Intercept Brasil anunciou na sexta-feira (14/10) que se separou da redação do Intercept nos Estados Unidos e que precisa de doações para dar continuidade ao trabalho. Segundo comunicado, o site precisa arrecadar cerca de R$ 500mil até esta sexta-feira (21/10). u A nota explica que o Intercept Brasil contou com apoio financeiro da redação americana, que possibilitou a produção de reportagens e investigações arriscadas: “Ao invés de apenas encerrar o trabalho do Intercept no Brasil, nossos colegas nos oferecerama possibilidade de darmos continuidade a esse trabalho. Agora é a hora de seguirmos em frente de forma independente! (…) O Intercept pode ser forçado a fechar permanentemente se não conseguirmos levantar R$ 500 mil nos próximos sete dias. Estamos realmente no limite, mas nosso fechamento pode ser evitado com doações de apoiadores como você, que estão prontos para lutar com a gente em nome do jornalismo realmente independente que enfrenta os poderosos!”. u Nessa nova etapa, o veículo será comandado por Andrew Fishman e Cecília Olliveira. O Intercept Brasil reitera que continuará sendo uma organização sem fins lucrativos, financiada por doações, e que tudo o que for arrecadado será investido em jornalismo. Contribua para a campanha de arrecadação aqui. Intercept Brasil separa-se da redação americana e pede doações para não fechar Record TV tem dados vazados na Deep Web Abraji registra aumento de 250% nos ataques a mulheres jornalistas em setembro

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Edição 1.381 página 3 Últimas n Começa nesta quinta-feira (20/10) e vai até 3/11 o primeiro turnode votaçãopara a ediçãode estreia do Prêmio +Admirados da Imprensa de Tecnologia. Compatrocínio deHotmart e iFood, além do apoio de divulgação da Press Manager, a premiação vai eleger os jornalistas TOP 25+Admirados, além de Colunista, e veículos nas seguintes categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Newsletter Especializada, Podcast, Site, Veículo Especializado emConsumo (B2C), Veículo Especializado em Negócios (B2B) e Veículo Geral. u O mecanismo de votação é o mesmo utilizado nas demais eleições da série +Admirados: dois turnos de votação, emque o primeiro turnoé de livre indicação e no segundo o eleitor poderá escolher entre os nomes finalistas em todas as categorias. u Para votar basta preencher um curto cadastro e fazer até cinco indicações por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter cinco indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados. n Termina na próxima segunda- -feira (24/10) o segundo turno de votação dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. O concurso conta com patrocínio de BTG Pactual, Deloitte, Gerdau, GrupoNexcom e Telefônica | Vivo, apoio de LATAM, Portal dos Jornalistas e Press Manager, além do apoio institucional do IBRI. u Classificaram-se para esse turno 108 jornalistas e 79 veículos, programas e podcasts. Vale lembrar que as categorias de veículos são Agência de Notícias, Canal Digital, Jornal, Revista, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio e Site/ Blog. Vote neste link. Começa a votação para os +Admirados da Imprensa de Tecnologia... ...e vai até 24/10 a dos +Admirados da Economia

Edição 1.381 página 4 conitnuação - Últimas Nacionais n Alexandre Ramagem, ex- -diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apresentou uma queixa-crime contra Guilherme Amado e Fábio Leite, hoje do por tal Metrópoles, por reportagens publicadas em 2020 nas revistas Época e Crusoé. As matérias relatam interferência de Ramagem e da Abin em favor do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. u As reportagens citam a existência de relatórios supostamente produzidos pela Abin e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para orientar os advogados de Flávio Bolsonaro durante a investigação. Antes da publicação de uma das reportagens, Guilherme confirmou a existência dos relatórios produzidos pela Abin para a defesa de Flávio coma própria advogada dele, Luciana Pires. u Ramagem afirma que é vítima de calúnia e difamação. Em 13/10, a audiência de conciliação terminou sem acordo, e agora cabe ao juiz da 10ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal decidir se recebe ou rejeita a queixa-crime. n O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou pedido da campanha à Presidência de Luís Inácio Lula da Silva e abriu em 15/10 uma investigação sobreopresidente da JovemPan AntônioAugustoAmaral de Carvalho Filho, conhecido comoTutinha. Adenúnciaédeuso indevido dos meios de comunicação, atuando de forma a favorecer o candidato Jair Bolsonaro. u A coligação de Lula afirma que a Jovem Pan tem se tornado “o braço mais estridente do ‘bolsonarismo’”, promovendo uma “campanha difamatória” contra o ex-presidente. u Para oministro Benedito Gonçalves, do TSE, os comentaristas da emissora não apenas persistemna divulgação de afirmações falsas sobre fatos, como “somente se mostram capazes de explicar as decisões a partir de novas e fantasiosas especulações, trazidas sem qualquer prova, de que haveria uma atuação judicial favorável a um dos candidatos”. u Em decorrência da decisão do TSE, a direção da Jovem Pan orientou todos os seus jornalistas a evitarem os ataques agressivos que vinhamsendo feitos contra o ex-presidente Lula, pois amulta é grande e ainda há os riscos judiciais pela frente. E recomendou que quem se sentir desconfortável com a decisão poderá ser substituído temporariamente na programação. Complementarmente, divulgou editorial que classifica como “censura” a decisão do TSE. n Morreu em 17/10 o jornalista e escritor Ethevaldo Siqueira, aos 90 anos, em São Paulo, em decorrência de leucemia, descoberta apenas recentemente. O sepultamento foi realizado em Ribeirão Preto, no interior do Estado, a 70 quilômetros de sua terra natal, Monte Alto. Deixa esposa, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. u Conhecido como o pai do jornalismo de tecnologia no Brasil, Ethevaldo fez parte da primeira turma de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da USP, criada em 1966. Mais tarde, foi professor de tecnologia da informação e telemática na universidade. u Escreveu para o jornal O Estado de S. Paulo por 45 anos, de 1967 a 2012, como repórter, editor, repórter especial, colunista e blogueiro. Foi comentarista da Rádio CBN e colaborador da revista Veja. Nos últimos quatro anos era responsável pela coluna Mundo Digital na Rádio Eldorado FM. u Ao longo da carreira, Ethevaldo escreveu sobre o desenvolvimento de diversas tecnologias no Brasil e no mundo. Foi precursor na cobertura do tema, e pavimentou o caminho para a existência de editorias e veículos especializados, como o caderno Link, do Estadão. u Venceu diversos prêmios em sua trajetória profissional, como dois Esso, em 1968 e 1978, o José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica do CNPQ, em 1985, o Prêmio Telesp de Comunicações, em 1979, e o Prêmio Ministério das Comunicações, em 1974. u É autor de livros sobre comunicação e tecnologia, como A Sociedade Inteligente: Sobre a Revolução das Telecomunicações, dos Computadores e dos Robôs (Bandeirante, 1987); Três Momentos da História das Telecomunicações no Brasil (Dezembro Editorial, 1998); e Brasil: 500 anos de Comunicações – A eterna busca da liberdade (Dezembro Editorial, 2000). u Em 2010, foi um dos articulistas do Especial Telecom, que J&Cia decidiu produzir para mostrar quemeramos principais jornalistas que então cobriam o setor, o que eles pensavam sobre alguns dos temas mais relevantes e polêmicos dessa indústria, quais eram as empresas desse segmento e como estavam estruturadas suas respectivas áreas de comunicação para o atendimento à imprensa. Confira! u E face à importância de Ethevaldo para o segmento, J&Cia já está planejando uma homenagem especial a ele na cerimônia de entrega dos prêmios aos +Admirados da Imprensa de Tecnologia, emnovembro. Dolorosa coincidência, o prêmio nasce na mesma semana em que o pioneiro e mais influente jornalista da área nos deixa. Ex-diretor da Abin apresenta queixa-crime contra Fábio Leite e Guilherme Amado Alexandre Ramagem TSE abre investigação contra a Jovem Pan por forte favorecimento a Bolsonaro A morte de Ethevaldo Siqueira, pioneiro do jornalismo de tecnologia Ethevaldo Siqueira

Edição 1.381 página 5 “O pai do jornalismo de tecnologia no Brasil está offline”, escreveu Bruno Romani para a edição do Estadão. Emhomenagema ele, o jornal, em suas versões impressa e digital, mostrou a enorme contribuição desse paulista de Monte Alto (SP) ao jornalismo, em especial em temas como tecnologia e inovação, quando ali atuou, entre 1967 e 2012. Ele saiu, até com algumamágoa, pelos tantos anos de contribuição, mas acabou voltando e nos últimos quatro anos coma coluna MundoDigital na Rádio Eldorado FM. E esteve na ativa praticamente até o fim, pois a última participação dele na emissora foi em 14 de outubro. Não é demais lembrar sua generosidade, tão falada por amigos e colegas nas redes sociais, comprovada em participações nas mais diversas atividades, inclusive sindicais. Difícil esquecer a sua participação em encontros e congressos dos próprios jornalistas, levando sua mensagem e seu conhecimento sobre tecnologia. Era um show de deixar a todos boquiabertos. Com o olhar voltado sempre para o futuro, Ethevaldo descreveu o desenvolvimento de diversas tecnologias no Brasil e nomundo. Em 15 de fevereiro de 1993, mais de dois anos antes da estreia da internet comercial no Brasil, ele escreveu no Estadão: “O mundo assiste a uma nova revolução no mundo da informática e das telecomunicações: a revolução das redes de voz e de dados. Ela é o resultado da crescente capacidade de comunicação dos computadores”. “Dar conta do nível de pioneirismo do Ethevaldo é difícil − ele já era um repórter interessado na cobertura de tecnologia na década de 1960”, disse o jornalista e colunista do Estadão Pedro Doria. “Ninguém na imprensa brasileira via a área como algo que precisava ser coberto de forma sistemática. O Ethevaldo via. Quando o ‘ jornalismo de informática’ começou a surgir, nos anos 1980, Ethevaldo já era um veterano de duas décadas”. Mas destacamos também o apoio que ele sempre deu à saga e à memória do inventor brasileiro do rádio, Roberto Landell de Moura, divulgando os feitos científicos pioneiros do padre gaúcho. Provavelmente, foi um dos primeiros jornalistas paulistas a lembrar do padre inventor em seus artigos, reportagens e livros. Quando publicou os livros Grandes personalidades das comunicações, em 2001, Revolução digital, em 2007, e Para compreender o mundo digital, em 2008, incluiu referências ao cientista brasileiro pioneiro das telecomunicações. Em 29 de setembro de 2000, assinou um artigo no Estadão intitulado Marconi não inaugurou o Cristo Redentor em 1931. Além de ter levado, injustamente, a fama de inventor do rádio, Marconi, que na verdade inventou o telégrafo sem fio, também aparecia na história nacional como responsável pela iluminação do Cristo Redentor, por meio de um impulso elétrico acionado desde a distante Roma. Ironicamente, o País que não reconhece em seus livros didáticos que Padre Landell é o verdadeiro “Pai do rádio”, estava concedendo uma deferência especial ao italiano... Graças ao trabalho de Ethevaldo, ficou-se sabendo, anos mais tarde, que os sinais enviados por Marconi não puderam ser captados por problemas meteorológicos. O plano B entrou em ação: um dos engenheiros ligou a chave comutadora em paralelo, que estava prevista para uma emergência, e salvou a festa. E Marconi foi ficando com a fama, mais uma vez, pelo que não fez! n O jornal Correio da Manhã, que tem sede no Rio de Janeiro, passa a circular na próxima segunda-feira (24/10) também em Brasília. Serão 10 mil exemplares com 16 páginas no formato standard e oito páginas do caderno de cultura no formato tabloide, que terá 16 nas edições de final de semana. Na redação, abriu quatro vagas de editor em Brasília, para economia, cidade, e duas na política, ainda em processo de seleção. u Impresso em gráfica própria, terá distribuição em bancas e para formadores de opinião, em todos os gabinetes dos Três Poderes, hotéis e embaixadas. O dono do jornal, Cláudio Magnavita, conta: “Toda a verba de marketing foi para a circulação”, que deve ser dirigida e restringir- -se ao Plano Piloto. E prossegue: “Não concorro com o Correio Braziliense nem com o Jornal de Brasília, não circulo em Ceilândia” nememcidades satélites. u Ele considera a principal vantagem do CM o fato de ser impresso numa gráfica com pequena capacidade, o que permite fechamento à 1h da manhã, A contribuição de Ethevaldo ao resgate da saga de Landell de Moura Por Hamilton Almeida e Eduardo Ribeiro Landell e sua invenção Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro Correio da Manhã será lançado em Brasília na próxima semana Gráfica do Correio da Manhã em Brasília conitnuação - Nacionais

Edição 1.381 página 6 impressão às 3h, e chegar ao leitor às 6 horas. Assim, pode acompanhar debates e votações no Congresso que entram pela noite e ter notícias políticas quentes na edição do dia. Compara comFolha de S.Paulo eOEstado de S. Paulo, impressos na sede e que, com o transporte, circulam emBrasília aproximadamente ao meio-dia. Magnavita pretende estar, assim, mais próximo da cobertura política nacional. u Após a publicação de nota em O Globo sobre o que Magnavita considera “fatos que foramemitidos para criar uma nuvemde suspeição sobre o crescimento do jornal e o seu sucesso empresarial”, ele respondeu em artigo no Correio da Manhã. Comenta que seu relacionamento com a área operacional de O Globo teve início em 2015, com o Jornal da Barra, tambémpertencente a ele, e que circula na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. u OCorreio daManhã foi inaugurado em2019, impresso e distribuído pela então Infoglobo – “O seu parque gráficoé umaDisneylândia para qualquer bom editor”, avalia –, compapel jornal comprado no exterior e estocado, mais barato para terceiros que o praticado no mercado, e promoção nas bancas. Magnavita acredita que “o sucesso destamáquina, colocada à nossa disposição, foi tão grande que meses antes da pandemia as vendas avulsas já superavam os custos de impressão”. Era um jornal semdívidas, comuma redação enxuta – que se valia também da já existente redação do Diário da Barra – emontou a própria gráfica com máquinas compradas no espólio de veículos do interior que cessaram as atividades, com menor capacidade de produção e mais adequadas ao momento atual dos impressos. u Perguntado por J&Cia sobre alocação do dinheiro de campanha do governo Bolsonaro, como ocorre emoutros veículos, Magnavita afirma: “Nada. Não aceito publicidade oficial para não contaminar” o viés editorial. E exemplifica com os colunistas de oposição no jornal, como Ruy Castro e Ricardo Cravo Albim, com total liberdade, que se contrapõem a Alexandre Garcia e Aristóteles Drummond, estes sim, à direita. “O segredo do Correio da Manhã não é quanto fatura, mas quanto gasta”. u Para o portal Poder360, em reportagem que Magnavita considera “isenta e exemplo de bom jornalismo”, ele afirmou que, ao contrário de outros veículos, o jornal não faz “oposição sistemática” ao presidente Bolsonaro. Disse ainda que, caso o ex-presidente Lula vença as eleições, “verá uma oposição como nunca antes”. No Rio de Janeiro, além do Correio da Manhã, posicionam-se como sendo de direita os veículos do grupo O Dia, com Meia Hora e iG, e o jornal virtual Diário do Rio. Magnavita com Bolsonaro conitnuação - Nacionais AGRO n Anderson Scardoelli (ex- -Comunique-se e Revista Oeste) começou no Canal Rural como editor do site, ao lado de Gabriel Azevedo. Nesse novo desafio, está produzindo e editando conteúdos sobre agricultura, pecuária e movimentações políticas que possam impactar o agro. A dupla reporta-se a Luís Toledo, supervisor de JornalismoOnline. O novo e-mail de Anderson é anderson.scardoelli@canalrural. com.br. Foto Anderson Scardoelli, identificada n Vai até esta sexta-feira (21/10) o período de inscrições para a 15ª edição do Prêmio Abag/RP de Jornalismo José Hamilton Ribeiro. A iniciativa é da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto, mas engloba trabalhos produzidos por publicações de todo o Brasil. Neste ano serão distribuídos R$ 68 mil em prêmios, nas categorias Profissional e JovemTalento. Confira mais detalhes no site da premiação. n A série Boravê, do canal de YouTube Manual do Mundo, trouxe na última semana um episódio dedicado aos fertilizantes. As gravações ocorreram no Complexo Industrial da Yara em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e na Granja Quatro Irmãos, um dos maiores produtores de arroz da região. Nele, o público poderá conhecer todo o caminho do fertilizante, desde a chegada da matéria-prima no pier até a produção do alimento que vai à mesa do consumidor, passando por todas as etapas de mistura, acidulação, granulação, ensaque e transporte do insumo, e sua aplicação no campo. u “Neste ano, o fertilizante passou a ser um assunto recorrente na imprensa e entre a população”, lembra Lucied Manduca Marques, diretora de Marketing da Yara Brasil. “Por isso, aproveitamos para disseminar, em um canal de grande visibilidade como o Manual do Mundo, as mensagens sobre a importância do insumo para a promoção da segurança alimentar e da qualidade nutricional do alimento, alémde explicar para umpúblico amplo como são todas as etapas que envolvem a produção do fertilizante”. PELAS REDAÇÕES Canal Rural reforça equipe do site. Prazo para concorrer ao Abag/RP termina nesta sexta-feira (21/10) PELO MERCADO Yara explica os caminhos do fertilizante para o Manual do Mundo

Edição 1.381 página 7 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Um episódio com o astro de futebol Gary Lineker, cujo desfecho coincide com os 100 anos da BBC, representa bem um dos maiores desafios da rede que esta semana chega ao centenário: agradar a gregos e troianos no que diz respeito à imparcialidade. No dia 13, a ECU (Executive Complaints Unit) da corporação julgou procedente uma reclamação contra o âncora do Match of The Day e maior salário da casa por um tuíte de fevereiro sobre a guerra da Ucrânia. Em resposta ao pedido de Liz Truss, então secretária de Relações Exter iores e atual primeira-ministra, para que as equipes da liga inglesa de futebol boicotassem a final da Liga dos Campeões na Rússia se qualificadas, Lineker tuitou: “E o seu partido [o Conservador] devolverá as doações de russos?”. Embora admitindo que Lineker não é um jornalista e não trabalha só para a BBC, o comitê deliberou que a tomada de posição sobre “uma questão politico-partidária ou controvérsia política” infringiu as normas de uso de mídias sociais. Para a ECU, Lineker deveria “ter tido cuidado ao abordar questões de política pública”. Oastro já deu dor-de-cabeça à BBC diversas vezes, tanto por seu alto salário quanto por um certo inconformismo com regras, pois ele se considera fora do alcance dos padrões estabelecidos para o jornalismo. O problema é que a fronteira entre programas de análise esportiva e jornalismo é tênue. E para a BBC não é hora de irritar ainda mais um governo que não quer vê-la continuar igual nos próximos 100 anos, se é que ela continuará existindo, coisa que alguns chegam a duvidar. Em um século, a corporação que nasceu na era do rádio tornou-se parte da vida dos britânicos e de gente de outros países, com serviços em vários idiomas. Tem um papel vital no sof t power, exportando cultura por meio de séries, filmes, documentários e jornalismo premiado. No site comemorativo do centenário, a frase de abertura é “os 100 anos da ‘nossa’ BBC”. Mas no governo de Boris Johnson (e agora de Liz Truss) entrou na linha de tiro supostaBBC celebra 100 anos pisando em ovos para se provar imparcial mente por uma necessidade de modernização de sua fonte de receita principal, a taxa cobrada das residências para assistir aos canais, mesmo online. “Supostamente” porque pode até ser coincidência, mas o questionamento da taxa, resultando em um congelamento do valor que está levando a rede a fazer cortes severos, começou depois das eleições de 2019. Johnson e sua turma passaram a reclamar abertamente de falta de imparcialidade da BBC na cobertura da campanha eleitoral, narrativa comum entre líderes criticados pela mídia. Na campanha, o tema principal era o Brexit, que dividiu o país e instalou a polarização em um nível incomum para os britânicos. Concluir a saída do Reino Unido da União Europeia era a bandeira de Johnson, mas as dificuldades para executar a missão eramnotícia na imprensa. Só que a BBC não é qualquer imprensa. Ela é uma rede pública, e aí reside a confusão. Mídia pública não é (ou não deveria ser) mídia subserviente ao governo de plantão. O Partido Conservador iniciou então uma cruzada para desmontar o poder da BBC, o que alguns considerampura vingança e outros uma tentativa de neutralizar sua influência sobre a sociedade. A taxa, hoje de £159, foi congelada por dois anos e no que depender do Conservador vai acabar, virando uma cobrança semelhante à das plataformas de streaming. O algoz da corporação não foi Boris Johnson, que espertamente, como de hábito, escalou sua então secretária Nacional de Cultura e Mídia, Nadine Dorries, como portadora das más notícias. Nesse tiroteio, a BBC vem tentando dar os anéis para não perder os dedos, buscando estabelecer limites para as manifestações de jornalistas e de estrelas do elenco. Foi o caso de Lineker, que talvez em outra época não tivesse sido apontado pela casa como culpado do crime de expressar sua opinião de forma desafiadora para o governo. Não é só. O jornalismo parece mais “cuidadoso”, no mau sentido, passando ao largo de questões polêmicas destacadas em outras mídias. A BBC chega aos 100 anos com uma penca de problemas. Sua audiência envelheceu e muitos jovens não assistem TV, insensíveis aos programas que a rede criou para eles. O congelamento da taxa é a ponta do iceberg na questão do financiamento. Já há uma queda empagantes, porquemuitos não assistem TV ou não assistem à BBC. E se nem a Neftlix está conseguindo navegar em um ecossistema de streaming com vários competidores e pouco dinheiro nos bolsos, a BBC bem pode naufragar se depender somente disso. Nos últimos meses, a emissora perdeu talentos para outros veículos, alguns alegando desconforto com a política restritiva para manifestação de opiniões pessoais. O melhor presente de aniversário para a BBC seria algo que ela veio perdendo: a invulnerabilidade em relação a governos ou partidos, que até a era Johnson podiam até reclamar um pouco, mas não ousavam cortar suas asas. Gary Lineker

Edição 1.381 página 8 conitnuação - MediaTalks Confira os episódios em: Jairo Marques (Folha de S.Paulo) Caê Vasconcelos (UOL) Luciana Barreto (CNN Brasil) Nayara Felizardo (The Intercept BR) Luciene Kaxinawá (Amazônia Real) Erick Mota (Regra dos Terços) Influência dos EUA − Um webinar gratuito oferecido pela Rede Global de Jornalismo Investigativo (GIJN) no dia 25 de outubro irá ajudar a identificar a influência dos EUA sobre outros países. A palestrante é a jornalista Martha Mendoza, vencedora duas vezes do Prêmio Pulitzer, um dos mais importantes no mundo do jornalismo. O webinar O que Washington está fazendo em seu país? é aberto a jornalistas e a qualquer interessado empolítica internacional. Mídia na China − O 20º Congresso Nacional do Partido ComunistaChinês começou no domingo (16/10) com um forte discurso do líder do país, Xi Jinping, sobre suas pretensões de ter o controle total de Taiwan assimcomo temdeHong Kong. A disputa para dominar a ilha autônoma deve ser a prioridade do eventual terceiromandato do presidente chinês, que provavelmente será renomeado para comandar o país no fimdo congresso, no próximo sábado (22). A notícia não é boa para o jornalismo independente: entidades defensoras da liberdade de imprensa estão aproveitando o evento para aumentar as pressões sobre violações contra profissionais de mídia nas áreas sob controle chinês, chamando a atenção da comunidade internacional para a gravidade da situação que tende a se manter igual com continuidade de Jinping no poder. Jornalistas vs. vítimas − A conduta do jornalismo em situações que envolvam vítimas de terrorismo e suas famílias foi mais uma vez objeto de críticas no massacre que vitimou 38 pessoas em uma creche na Tailândia na semana passada. Uma equipe da CNN foi criticada por entrar no local sem autorização e exibir imagens gráficas da cena do crime, colocando em questão os limites entre informar e ferir sensibilidades. Para ajudar jornalistas a se colocarem no lugar de sobreviventes ou parentes das vítimas, a organização britânica Survivors Against Terror (SAT) fez um relatório para orientar amídia sobre como cobrir esses acontecimentos sem desrespeitar os atingidos por atentados ou grandes catástrofes. Pressões na Turquia − O Parlamento da Turquia aprovou em 13/10 um projeto de lei apresentado pelo partido do governo que pode condenar jornalistas e cidadãos a até três anos de prisão por conteúdo classificado como desinformação e fake news. O texto, encaminhado pela primeira vez em junho ao Parlamento do país, recebeu críticas ao longo da tramitação. Agora, organizações defensoras do jornalismo se mobilizampara derrubar a aprovação. A lei foi sancionada apenas umano antes das eleições presidenciais, o que, para as entidades de jornalismo, significa o aumento da repressão do presidente Recep Tayyip Erdogan sobre a sociedade turca. Recurso negado − Maria Ressa, jornalista filipina ganhadora do Nobel da Paz em 2021, teve um novo recurso rejeitado em um processo de difamação cibernéticamovido pelo governo e pode ser presa a qualquer momento. Em resposta, uma coalizão formada por entidades defensoras da liberdade de imprensa está pressionando as autoridades e o presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., a desistir da ação contra a jornalista. Desde 2018, o governo das Filipinas abriu 23 processos contra Maria Ressa, seu portal de notícias, o Rappler, e os funcionários do veículo. A ação criminal de difamação cibernética é apenas um dos sete casos em andamento contra ela. Esta semana em MediaTalks Jordan Witt/Unsplash

Edição 1.381 página 9 EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (*) Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Com o tema Por um jornalismo plural e sem fronteiras, o evento promovido pela Rede JP reúne novos formatos e narrativas atuais do jornalismo com profissionais da diáspora africana do Brasil e do mundo apontando o futuro de um ofício cada vez mais diverso e sem fronteiras. A ideia central é valorizar o desenvolvimento de ações para dinamizar a comunicação. A edição atual trará reflexão sobre os 20 anos da morte de Tim Lopes e a do jornalista britânico Tom Phillips, as inter-relações entre religião, política e direitos humanos no jornalismo e os novos formatos como o jornalismo de soluções, o jornalismo ambiental e a pluralidade de narrativas que têm se tornado cada vez mais presente, seja na discussão de gênero, raça ou LGBTQI no jornalismo. O evento presencial será em São Paulo, no galpão ZL. Você já pode fazer a inscrição online gratuitamente. A jovem Ruth Martins é moradora da Baixada Fluminense e apresenta o programa Girlpower, sobre empoderamento feminino. Estudante de escola pública, ela integra o projeto Academia Rádio Escola, desenvolvido pelo experiente locutor Jorge Luiz Moreno, emque alémde técnicas de locução e apresentação os estudantes aprendem uma série de habilidades dentrodouniversodo rádio, como produção, edição de áudio, programaçãomusical, produção de podcast e montagem de playlists emsoftwares similares aos utilizados pelas emissoras. Leia a reportagem completa. Especial mês das crianças: projeto de incentivo ao rádio transforma crianças e adolescentes em comunicadores Segunda edição do Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana será em formato híbrido Quando só se correspondia com seus visitantes por uma fresta na redoma em que vivia, ela tinha o carinho e o respeito de homens e mulheres. A cada dois anos iam venerá-la, como se fosse uma santa. Não era ideológica nem sentimental . Não tinha restrições de etnia, diversidade, religião ou condição socioeconômica. No dia dela, umbatalhão cercava os locais de veneração, cuidando para que ninguém ousasse conspurcá-la nem insultasse sua dignidade. Ganhou status de modernidade e fez sucesso mesmo entre conservadores reticentes. Ela só não podia esperar que fosse desacatada justamente por quem deveria zelar por sua segurança e tranquilidade. Ela está com medo. Sua gente, também. Tuitão do Daniel Por Daniel Pereira (daniel07pereira@ yahoo.com.br), especial para J&Cia (*) Batizado há 46 anos no Grupo Estado, Daniel Pereira passou por Rádio Bandeirantes, TV Record, coordenou a Comunicação do Governo de SP na ECO-92 e foi assessor de imprensa no Memorial da América Latina. Publicou em 2016 O esquife do caudilho e acaba de concluir O último réu. Senhora de respeito HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR?

Edição 1.381 página 10 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) “Meu caso com o rádio vem desde antes de eu nascer”. É assim que define a sua relação com o meio o jornalista e escritor Paulo Rogério, autor de sete obras literárias, entre elas a biografia de Fiori Gigliotti, um dos maiores locutores esportivos do rádio brasileiro, em parceria com o também jornalista Mauro Beting. Paulo vemde uma família de radialistas, já que seu pai, Osvaldo, e seu avô, Ary, eramdomeio. Ary Falcone foi locutor esportivo e até teve uma carreira política em Santos (SP). Para ficar mais perto do pai, Osvaldo o acompanhava nas transmissões dos jogos e pegou gosto pela “latinha”. Com Paulo não foi diferente. Ia acompanhar o pai e ficava pela rádio assistindo a tudo. Em uma dessas idas, um pastor que fazia um programa na rádio pediu para o menino de 9 anos ler uma oração. Ele rezou certinho... e acabou contratado para fazer uma participaçãoespecial emum programa para crianças. Com15 anos, Paulo Rogério já era veterano nos microfones, fazendo locução, operando, produzindo e editando. Uma das coisas que ainda mais impressionam Paulo Roberto é a possibilidade de falar nomesmomeio em que ouviu seu pai e seu avô durante sua infância. Mas, por outros caminhos, acabou saindo do rádio, fazendo faculdade e foi trazido ao meio novamente pelo radialista Fábio Luís. Ele, que havia ido trabalhar em rádio pelas mãos de seu Osvaldo, pai de Paulo, agora dava uma oportunidade para o amigo/irmão reingressar na profissão. Infelizmente, alguns anos depois, Fábio teve um infarto fulminante na partida do Corinthians e Olimpia pela Libertadores, no Pacaembu, em 1999. Commuitas histórias vividas, Paulo acabou chegando a outro grande nome do rádio: Fiori Gigliotti. O avô, seu Ary, ouvia Fiori não importava o jogo ou a emissora. Só valia a escuta se fosse o Fiori. “Todo domingomeu avô ficava como radinho escutando a narração de Gigliotti. Depois do falecimento do meu avô, comecei a ter esse hábito. De todo o pessoal da escola, só eu ouvia o Fiori. Os demais escutavam o Osmar Santos ou o José Silvério”, comenta o jornalista. Assim, ele queria escrever sobre futebol, mas não sabia muito bem o quê. Foi então que considerou fazer uma biografia. Mas de quem? Suas dúvidas acabaramquando se recordou de Fiori. Na sequência, pediu ao amigo Ednei Ribeiro para ajudar no contato com a família do narrador. Foi assim que chegou ao filho, Marcelo Gigliotti, que lhe abriu as portas e possibilitou que Paulo organizasse e contasse a história de Fiori. Um dos grandes motivos que o impulsionou foi a boa imagem que tinha do narrador: “Fiori não é controverso. Ele não tem asteriscos na carreira. Ele não tem polêmicas”. De ouvinte a biógrafo de Fiori Gigliotti Paulo Rogério Commuito esforço e entrevistas comamigos, familiares, profissionais domeio e até ouvintes, Paulo Rogério foi construindo a história do narrador. Entre idas e vindas, teve a participação especial do comentarista Mauro Beting, que foi trazido ao projeto pela família de Fiori, e ajudou comdados e abrindo portas para novas pesquisas. Embora atualmente seja possível achar muito material sobre Fiori na web, no início das pesquisas Paulo enfrentou algumas dificuldades, pois não havia tantos conteúdos disponíveis. Por isso, teve de buscar muito material na hemeroteca digital e em arquivos de veículos da época. Omais importante no resultadoé que Paulo confirmou que Fiori Gigliotti era umser humano fantástico, comoo radialista. “Simples, bom pai, bom filho, ótimo marido e um excelente profissional”, assim define o biógrafo. Umdos locais que visitou para a pesquisa foi a cidade de Águas de São Pedro, no interior de São Paulo, onde Fiori tinha uma casa de campo. Segundo Paulo, os moradores da cidade têm adoração por Gigliotti, pois comentam sobre um morador alegre e amigo de todos. Fiori era um apaixonado pelo rádio. Nasceu em Barra Bonita, mas viveu em Lins, onde seus pais eram lavradores. Desde pequeno, ouvia rádio e se encantava com as narrações esportivas. O garoto tanto fez que conseguiu ir trabalhar na emissora local. “Umdia, estava lá, varrendo o chão, e de tanto falar que queria narrar o responsável pela emissora deixou. Foi então que Fiori narrou o primeiro jogo de sua carreira, com gol do jogador Parafuso, em 26 de maio de 1947. De lá ganhou experiencia e foi trabalhar na rádio de Araçatuba. Depois, voltou para Lins e veio para a Rádio Bandeirantes, onde ficou nacionalmente conhecido”, afirma Paulo. “Fiori tinha um modo tranquilo de irradiar, sabendo a hora de subir o tom, quando a bola começava a ganhar o ataque. E contando exatamente o que estava acontecendo. Mas o que me impressiona é o vocabulário: ele nãopreparava nada e tudo acontecia na hora, ele contava o que estava acontecendo. E o vocabulário superava as narrações, o vocabulário do Fiori, para coisas que estavam acontecendo naquele momento. Poucos tinham esse vocabulário”, complementa. Além de Fiori Gigliotti, o locutor da torcida brasileira, Paulo tambémescreveu 2002, de Meninos a Heróis, 100 Anos, Sou mais Briosa (parceria com Álvaro Silveira), 1935, Toda Grande História tem um Grande Começo, 1955, És o Leão do Mar, O Santos e o RJ e Escola Portuguesa, 100 Anos a Formar Gerações. Você pode ler e ouvir esse e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, umblogque teve iníciocomo uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas podem ser ouvidas em formato de podcast no link. Fiori Gigliotti (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Edição 1.381 página 11 Comunicação Corporativa q Priscilla de Caires iniciou nova jornada profissional, como head de comunicação corporativa da Bracell, companhia produtora de celulose solúvel, que integra o Grupo Royal Golden Eagle (RGE). Chega com a missão de cuidar do planejamento estratégico de comunicação no Brasil. Priscilla vem de um ciclo de 11 anos na Bayer, onde foi, por último, gerente sênior de comunicação corporativa para os negócios de América do Sul. n Amanda Guerra está chegando à FleishmanHillard Brasil, contratada como diretora de conta e com a missão de responder pelos núcleos de atendimento aos clientes Samsung e Accor. Ex-MSL Brasil, onde também era diretora e esteve por oito meses, foi ainda da Máquina CW por pouco mais de quatro anos. E mais... n Ana Paula Julião integrou-se em setembro ao time da Oliver Press, como executiva sênior para o atendimento a Ambev Future Bevs. Esteve, até então, por oito meses, na Loures Consultoria. Internacional n Leonardo Luiz Corrêa despediu-se na última semana da XP Inc., onde atuou por dois anos, coordenando, desde Toronto, Canadá (ousadia permitida pelas transformações da pandemia, que abriu novos horizontes de trabalho em home office) a área de relacionamento de imprensa da organização, sob a liderança de Matheus Lombardi. Começou na segunda-feira (17/10) como PR Manager Latam na Bitget, uma exchange de cripto global . Será responsável por liderar a área para os mercados de Brasil, México e Argentina. No Canadá desde 2019, ele foi anteriormente especialista em conteúdo da Cision. Nos tempos de Brasil, esteve em Nexa Resources, Néctar e FSB, entre outras organizações, sempre em São Paulo. Paraná n Greyci Casagrande, ex-Keune Haircosmetics Brasil, que passou um ano e três meses como autônoma na Literal Link, até maio, está agora no Banco Bari, no cargo de analista de conteúdo. Rio de Janeiro n Isabela Veiga, executiva de atendimento da FSB desde agosto de 2021, passou para o atendimento exclusivo da assessoria de imprensa da Prefeitura de Niterói. n Simone Monteiro, ex-Banco do Brasil, que ficou por quase 12 anos na Previ, deixou a organização em junho e está atuando como autônoma em comunicação, reputação e marketing. Leonardo Luiz Corrêa Greyci Casagrande Isabela Veiga Simone Monteiro São Paulo Priscilla de Caires começa na Bracell. E Amanda Guerra, na FleishmanHillard Priscilla de Caires Amanda Guerra Ana Paula Julião

Edição 1.381 página 12 conitnuação - Comunicação Corporativa n CaioEpiphanioSoares assumiu em setembro a Coordenação Global deMarca e Comunicação Interna da Ahlstrom-Munksjö. Estava anteriormente na Vigor, liderando a comunicação interna. n Carolina Tavares, ex-Metrô, que esteve por oito meses na SingComunicação, começouem junhocomoassessorade imprensa na Markable, para clientes no segmento de saúde e bem-estar. n Eric Fujita, ex-Ortolani e CDN, que esteve até julho na Casa9 Agência deComunicação, começou comoexecutivo sênior naM2 ComunicaçãoJurídica, paraaprodução de projetos voltados para comunicação jurídica, tecnologia e startups. Jornalista, ele também passou por veículos de imprensa como SBT, R7 e Diário de S.Paulo. n Filipe Palácio, coordenador de atendimento na InPress Oficina, deixou a agência em agosto, após dois anos e meio de casa, e começou como estrategista de comunicação na IBM. n Francine Vechio, da Smurfit Kappa, que está completando dois anos de casa, foi promovida de analista a especialista em PR da empresa. Ela também já esteve em Máquina CW (um ano), RMA (quase dois anos e meio) e FleishmanHillard (quase um ano e meio). n Giovanna Celestini Tozette começou em agosto como atendimento sênior na Pros, contratada para atuar comexclusividade na conta da Bauducco. Ela vemda Máquina CW, emque esteve por pouco mais de um ano e meio. n Isadora Mota, ex-CDI e Weber, deixou em junho a FSB e o time da Huawei, que atendia, e integrou-se ao da Microsoft, na Edelman. n Karoline Ramirez, analista de desenvolvimento de marketing, deixou a Cielo, após um ano de casa, e integrou-se à equipe da Raizen, como analista de marketing digital sênior. Caio Soares Carolina Tavares Manuella Tavares Marília Padovan Nicole Kloeble Raquel Rodrigues Eric Fujita Filipe Palácio Francine Vechio Giovanna Celestini Tozette Isadora Mota Karoline Ramirez n Manuella Tavares, gestora de contas, deixou a Agência Bowie em julho, depois de pouco mais de três anos de casa. Na sequência, integrou-se à equipe de assessores de imprensa da V3COM. n Marília Padovan, que foi da Máquina CW por quase um ano e meio, até fevereiro passado, está agora na FleishmanHillard, contratada como execut iva sênior e atuando em tempo integral para Samsung Eletronics Latam. n Nicole Kloeble, ex-Conteúdo e JeffreyGroup, integrou-se em agostoao timeda ImagemCorporativa, na função de analista pleno. n Raquel Rodrigues, que por um ano foi coordenadora de atendimento na NR-7, até fevereiro, é desde então da equipe da aboutCOM.

Edição 1.381 página 13 conitnuação - Comunicação Corporativa n A CDI Comunicação, liderada por Antonio Salvador Silva, acaba de lançar Laços de Gratidão, iniciativa voluntária oferecida para a AACD, que narra a história e memória dos 25 anos de Teleton no Brasil. As páginas apresentam depoimentos especiais e inéditos de pessoas que fizeram parte da trajetória do Teleton, referência da causa da pessoa com deficiência física. u Participaram do projeto, entre outros, Adriane Galisteu, Celso Portiolli, Daniel, Eliana, Fafá de Belém, Ivete Sangalo, João Augusto Liberato (filho do apresentador Gugu Liberato), maestro João Carlos Martins, Luciana Gimenez, Ludmi l la, Maisa, Marcelo Camargo (filho de Hebe Camargo), Otávio Mesquita, Patrícia e Silvia Abravanel, Pequena Lo, Ratinho, Ronnie Von e Sabrina Sato. u A equipe que atuou no projeto foi integrada por Everton Vasconcelos (concepção e redação n Rogério Gama, coordenador de atendimento, deixou a Conteúdo em agosto, após pouco mais de dois anos de casa, e começou como gerente sênior na G&A Comunicação. n Thais Morelli, analista de comunicação, deixou a Index Conectada, em que esteve por dez meses, e integrou-se ao time de executivos da Loures Consultoria, para o atendimento exclusivo ao Grupo JBS. Entrou em licençamaternidade n Jéssica Correa, executiva de contas na Abav Nacional, em São Paulo, na organização desde fevereiro de 2015. Dança das contas n A Pub tem novidades na carteira de clientes: a Studio Z, rede varejista de calçados e acessórios fundada em 1975, em Várzea Grande (MT), e que conta com mais de 100 lojas distribuídas por 16 estados e 55 cidades. No atendimento, Gabriela Sampaio, sob a liderança sócia-diretora Ana Claudia Camara. Núbia Tavares é a sócia responsável pela direção de projetos integrados, acompanhando também toda a operação. n A Textual também está com cliente novo, a Lobo de Rizzo Advogados – escritóriode advocacia full service. Com15 anos de atuação, o escritório oferece serviços para projetos, transações e conflitos de empresas, nacionais e internacionais em diversas áreas, incluindo ESG. No atendimento, Juliana Tancler (julianatancler@ textual.com.br), com gerência de Diogo Cruz (diogocruz@) e direção de ElaineNishiwaki (elainenishiwaki@). Pelas instituições n A Aberje realiza entre os próximos dias 24 e 28/10 o Painel de Cases, com os vencedores regionais de sua premiação, que servirá de base para a escolha dos vencedores Brasil. Oeventoé gratuito e aberto e aqui você confere os vencedores. Para participar do Painel é só se inscrever neste link. n Ainda por lá, destaque para o Sinapse, novo blog da plataforma da entidade, que será liderado por Rodrigo Cogo, criador há alguns meses do homônimo Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede. Não deixa de ser tambémum retorno dele à casa em que trabalhou por quase 14 anos. u Segundo Cogo, “o espaço vai estar dedicado a trazer os principais insights vindos de pesquisas, estudos, artigos e e- -books disponibilizados no mercado nacional e internacional”. Ele vai atuar como curador dos conteúdos, tanto oferecendo seu próprio olhar quanto ouvindo convidados-autores para falarem sobre seus trabalhos de investigação, mapeamento e/ou diagnóstico de fenômenos econômicos, políticos, culturais e sociais – fundamentalmente sob o lugar de fala da Comunicação, do Marketing e de disciplinas correlatas. Rogério Gama Thais Morelli Jéssica Correa Rodrigo Cogo Iniciativa foi uma doação da agência para a AACD, que detém os direitos no Brasil da marca criada em 1966, nos Estados Unidos, pelo ator Jerry Lewis Curtas CDI lança Laços de Gratidão para celebrar os 25 anos de Teleton no Brasil

Edição 1.381 página 14 conitnuação - Comunicação Corporativa final), Mayara Guedes de Oliveira (produção editorial), João Feliciano (entrevistas e pesquisas), Ivana Travesim (revisão), Ananias Garcia (criação visual e diagramação) e Leonardo Rego (infografia). E mais... n A Comunicação da Gerdau, liderada por Pedro Torres, teve motivos para uma dupla celebração nesses últimos dias. A primeira foi a conquista, esta semana, do prêmio de Excelência em Comunicação na 13ª edição do Steelie Awards 2022, daWorld Steel Association (worldsteel), como case de marca, que conta como a organização com 120 anos de vida transformou sua imagem e tornou-se a produtora de aço com o maior nível de engajamento global. A empresa foi ainda finalista na premiação na categoria Excelência em Sustentabilidade, com o projeto de uso de biocoque na usina de Ouro Branco (MG). O prêmio foi entregue nessa segunda-feira (17/10), em Bruxelas, Bélgica. u A segunda celebração foram as conquistas de dois prêmios regionais da Aberje, com os cases da coletiva de imprensa de lançamento do novo Palco Mundo do Rock in Rio e com o mesmo projeto de 120 anos de reposicionamento damarca, que ganhou o Steelie Awards. Neste último caso, vale registrar que esses dois cases premiados no Regional Aberje vão agora concorrer ao prêmio nacional, que reúne os vencedores das cinco regiões do País. n Também a Engie celebra a conquista do Aberje Regional, porém do Espírito Santo/Rio de Janeiro, na categoria Mídia Digital, com o case Além da Energia, um hub de mídia proprietária assinado pela Barões Digital Publishing. n Há quatro anos à frente do time de comunicação da Secretaria de Logística e Transportes (SLT) de São Paulo, Eduardo Guedes (eduguedes14@gmail. com) e Luís Eblak (eblak@uol. com.br) avançamno balanço das atividades da pasta liderada por João Octaviano Machado Neto. O trabalho conta com o apoio de Lígia Carvalho ([email protected]), que divide com eles a supervisão de uma equipe de sete profissionais da assessoria de imprensa, que, de junho a setembro, atuou em 874 demandas. Guedes e Eblak tambémcoordenama comunicação do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pelo gerenciamento das rodovias estaduais; do Departamento Hidroviário (DH) da SLT, que opera as travessias litorâneas e o trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná; e, até a conclusão das concessões, tambémdos 22 aeroportos regionais de São Paulo. Pedro Torres e André Bier Gerdau Johannpeter (com o troféu) É o I Congresso de Comunicação Digital para o Setor Público, que será realizado de forma presencial nos dias 9, 10 e 11 de novembro, com desconto exclusivo para associados da ABCPública. Como melhorar a per formance da comunicação dos poderes públicos no ambiente digital, dominandomais técnicas e ferramentas, assim como preservando o caráter institucional, e entendendo os contraditórios e judicializações atuais. Estes são alguns dos temas que serão tratados no congresso. Haverá relatos de cases da Fiocruz, da Anvisa, palestras de direito digital, especialistas em tráfego pago e gestores de comunicação. O evento é uma realização do Pro Legislativo com apoio da ABCPública. Para informações adicionais, acesse http://prolegislativo.com. br/index.php/congressodigital/ ou entre em contato pelo WhatsApp 11-94589-2611. Por dentro da Comunicação Pública Atenção Porto Alegre: tem evento de comunicação chegando! Estão abertas as inscrições do curso online e gratuito Jornalistas e saúde mental: como nos cuidar e promover uma profissão saudável, organizado pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, com apoio da Google News Initiative e colaboração de The Self-Investigation. As aulas vão de 24 de outubro a 20de novembro e, ao final, haverá disponibilização de certificados. Os alunos aprenderão como exercer sua profissão de jornalista de forma sustentável, cuidando da sua saúde mental e bem-estar emocional. O curso também vai focar em estratégias para promover hábitos saudáveis nos meios de comunicação Para saber mais, clique aqui. Jornalistas e saúde mental: como nos cuidar e promover uma profissão saudável

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