Jornalistas&Cia 1380

Edição 1.380 página 39 Jornalistas&CiaéuminformativosemanalproduzidopelaJornalistasEditoraLtda. •Diretor: EduardoRibeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: FernandoSoares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Anna França ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) veloz de dois diretos seguidos sobre o adversário, que devia ser a tática favorita de Waldemar nas suas antigas lutas, favorecido pelos braços mais longos; na sua peculiar maneira de torcer, distribuía golpes ao seu redor durante os combates do sobrinho supercampeão. Às vezes o movimento era tão intenso que seus óculos voavam. Sinto-me ligeiramente protagonista do título mundial dos pesos-pena naquela noite de 5 de maio de 1973, um sábado, no ginásio de Brasília. Na verdade, penso que, indiretamente, minha participação foi decisiva ao abalar a segurança de Jose Legra, o então campeão, adversário de Éder na disputa. Eis o que se passou. Cubano naturalizado espanhol, ele fez seus últimos preparativos em São Paulo. Uns sete dias antes do confronto, levei-o para o estúdio da Manchete, anexo à redação, na Rua 24 de Maio, 24, 11º andar, para fazer a foto que ilustraria a capa da revista na edição a ser lançada na quarta-feira que antecederia o confronto. Legra, que teria treino a seguir, esqueceu sua bolsa no táxi que o trouxera, com o par de luvas favorito; jamais soube dela. Na prática, responsabilizou-me pelo incidente. Se o olhar matasse, eu não estaria mais neste mundo. Mituo Shiguihara, que fez as fotos, confessou-me temer que a indignação de Legra iria velar os filmes, tanto bufava. Tempos depois, ao comentar o episódio com Éder, disse-lhe que a vontade de Legra seria aplicar-me um uppercut no queixo. Éder riu. − Você estaria dormindo até hoje. Ele me pegou forte na testa, um verdadeiro coice. (Se a lembrança não me trai, foi no terceiro round). Eder acerta direto em Legra na luta de 1973 Nas coberturas rotineiras que fiz para a Manchete, durante a escalada do filho rumo ao título dos Pena nos anos 1970, estabelecíamos, eu e Kid, longas conversas sobre assuntos variados. Em um deles sinalizou-me sobre sua maneira de educar Éder e seu irmão mais novo. Levava-os ao centro de São Paulo na época de Natal para admirarem a vitrine do Mappin, que era um verdadeiro palácio de maravilhas natalinas. Mostrava o material ricamente exposto e prevenia que “papai não tinha recursos para comprar aqueles presentes, que se contentassem com coisas mais modestas”. Era ironicamente bem-humorado. Nas apresentações do filho, costumava promover lutas preliminares amadoras de alunos da sua academia. Em certa ocasião, após perder as cinco lutas preliminares programadas, passou por mim e disse. “Espero que Éder quebre a minha invencibilidade de hoje”. (Éder faria a luta final daquela rodada com o mexicano Wong alinhado entre os dez primeiros do ranking de pesos-pena, que nosso campeão devia derrubar para chegar ao título.) A principal característica de Éder no ringue era a de liquidar o combate no primeiro round com seu célebre gancho de direita na ponta do fígado de adversário. Assim foi naquela noite. Robert Wong, bem mais alto do que Éder, girou sobre si mesmo, debruçou-se nas cordas e lançou sobre mim e um colega, que suponho ser, após tanto tempo, o querido Paulo Moreira Leite, do Jornal da Tarde, fartos borrifos de suor, saliva e alguns goles do Gatorade da época. Outra brincadeira recorrente de Kid referia-se ao seu cunhado e também ex-lutador Waldemar Zumbano. Kid aconselhava-me como se fosse um mantra. Não fique perto dele durante a luta, que vai sobrar um “um/dois” para você. Tratava-se de um movimento

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