Jornalistas&Cia 1380

Edição 1.380 - 13 a 18 de outubro de 2022 n Um carro de reportagem da TV Tribuna, afiliada do SBT no Espírito Santo, foi incendiado na manhã de 11/10, no bairro da Penha, em Vitória. O repórter cinematográfico Alex Nepomuceno chegou a ser rendido e agredido por criminosos, mas passa bem. u Equipes de reportagem estavam cobrindo os desdobramentos de um confronto entre policiais e criminosos na madrugada de segunda-feira (10/10). Alex iria encontrar uma equipe de reportagem na região do Morro do Bonfim, quando entrou em uma rua e foi cercado por criminosos armados. Eles ordenaram que o repórter deixasse o veículo, deram uma coronhada em Alex, e fizeram tortura psicológica com ele, com direito a disparos próximos à vítima. Os criminosos atearam fogo no veículo e deram a Alex uma munição para ele entregar à repórter policial do SBT Suzy Faria. u Após o ocorrido, Alex fez um Boletimde Ocorrência e prestou depoimento na 1ª Delegacia Regional de Vitória. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudiou o ocorrido. n Começa na próxima terça- -feira (18/10) o primeiro turno de votação para a primeira edição do Prêmio +Admirados da Imprensa de Tecnologia, que segue o modelo da série +Admirados, iniciado em 2013 com o prêmio +Admirados da Imprensa Brasileira e que hoje também contempla jornalistas e veículos +Admirados nas editorias de Agronegócio; Automotiva; Economia, Negócios e Finanças; Espor tes; e Ciência, Saúde e Bem- -Estar. u Com patrocínio de Hotmart e iFood, além do apoio de divulgação da Press Manager, a premiação vai eleger os jornalistas TOP 25 +Admirados, além de Colunista, e veículos nas seguintes categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Newsletter Especializada, Podcast, Site, Veículo Especializado em Consumo (B2C), Veículo Especializado em Negócios (B2B) e Veículo Geral. u Omecanismo de votação será o mesmo utilizado nas demais eleições da série +Admirados: dois turnos de votação, em que o primeiro turno é de livre indicação e no segundo o eleitor poderá escolher entre os nomes finalistas em todas as categorias. u O link de votação será aberto no próprio dia 18. Para votar basta preencher um breve cadastro e fazer até cinco indicações por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter cinco indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados. u E veja a partir da pág. 6 os finalistas dos +Admirados da Economia, Negócios e Finanças. Carro da TV Tribuna é incendiado em Vitória; e repórter, rendido e agredido +Admirados da Imprensa de Tecnologia Mais admirados da imprensa de tecnologia serão homenageados por este J&Cia Profissionais e veículos serão eleitos em dois turnos de votação e o primeiro, de livre indicação, começa na próxima terça-feira (18/10)

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Edição 1.380 página 3 Últimas n José Bonifácio (Boni) de Oliveira Sobrinho sofreu infarto durante um voo entre Nova York e o Rio de Janeiro. O avião em que estava fez um pouso de emergência emOrlando, Flórida, EUA, porque lá vive um de seus filhos. Após uma cirurgia cardíaca, ele permanece internado, com previsão de alta para ainda esta semana. u Boni atualmente é sócio da TV Vanguarda, afiliada Globo no interior de São Paulo, e a emissora divulgou a informação. Ele foi diretor da Globo de 1967 até 1997 e – juntamente com Walter Clark, falecido em 1997 – por 30 anos respondeu pelo padrão de qualidade e pela grade de programação que impulsionou a emissora para a liderança da audiência. Por mais três anos permaneceu na quarentena que a empresa concede aos seus diretores. Quando completou 85 anos, foi homenageado com o documentário Boni e a TV no Brasil. Boni sofre infarto e é internado em Orlando Boni

Edição 1.380 página 4 conitnuação - Últimas n Ruy Castro foi eleito em 6/10 para a cadeira número 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL), posto que pertenceu a Sérgio Paulo Rouanet, morto em julho. u Mineiro de Caratinga, Castro começou como repórter, em 1967, no Correio da Manhã, do Rio. Passou por grandes veículos da imprensa carioca e paulistana antes de se dedicar à carreira de escritor e cronista, a partir da década de 1990. Autor de 20 livros, já conquistou entre muitos prêmios o Jabuti, e, no ano passado, o Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra. u Entre seus títulos destacam-se as biografias de Garrincha (Estrela solitária), Nelson Rodrigues (O anjo pornográfico) e Carmen Miranda (Carmen: uma biografia). Como um campeão de vendas das biografias, renovou o gênero literário no Brasil desde os anos 1990. u Diz dele o presidente da ABL, Merval Pereira, para quem a qualidade da obra continua sendo o fator determinante na escolha dos imortais: “Na verdade, a gente quer mostrar que a Academia é aberta a todos e que os artistas de várias tendências da cultura estão representados aqui, mas a qualidade é essencial”. u Bairrista, Castro admitiu para o G1: “Assim como a Bahia é o personagem principal de Jorge Amado, o Rio é meu personagem principal. É minha maneira de devolver ao Rio tudo o que o Rio já me deu e eu devo tudo ao Rio”. Ruy Castro é o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras n Entidades defensoras da liberdade de imprensa assinaram a carta Contra a censura do Youtube; em defesa da Liberdade de Expressão, documento que critica a censura imposta pela plataforma ao documentário Xadrez da ultradireita mundial à ameaça eleitoral, produzido pelo JornalGGN. u Narrado por Luis Nassif, o documentário aborda a ascensão da extrema-direita ao redor do globo e como o bolsonarismo ameaça a democracia brasileira. Em setembro, o YouTube impôs duas restrições ao documentário: Uma por idade, sendo agora recomendado apenas para maiores de 18 anos (antes era livre para todos os públicos), e outra de monetização, de modo que o vídeo não gere receita comanúncios. OYouTube declarou que o vídeo tem “conteúdo violento ou explícito”. u Para as entidades que assinam a carta (ABI, Fenaj, sindicatos dos Jornalistas de São Paulo e Rio, e Instituto Vladimir Herzog, entre outras), “o documentário mostra a violência existente na sociedade, induzida por uma política errática do atual governo, que tem o objetivo de promover a violência. Reportar tais fatos, portanto, não é apenas um dever, mas uma obrigação do bom jornalismo. Logo, não pode ser motivo de restrições como deseja a plataforma”. Leia o documento na íntegra. Nacionais Entidades publicam carta contra censura do YouTube a documentário do Jornal GGN

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Edição 1.380 página 6 Jonalistas Nacionais n Encerrada a votação do primeiro turno, estãodefinidos os finalistas do Prêmio+Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. O concurso, criado em 2016 por este Jornalistas&Cia, conta com patrocínio de BTG Pactual, Deloitte, Gerdau, Grupo Nexcom (que estreia este ano) e Telefônica | Vivo, apoio de, LATAM, Portal dos Jornalistas e Press Manager, além do apoio institucional do IBRI. u Classificaram-se para o segundo turno 109 jornalistas, de um total de 400 indicados (aumento de 52% no número de indicações em relação a 2021, que foi de 261). São no total 49 veículos representados entre os finalistas. u Do total de 359 indicados, 79 veículos, programas e podcasts classificaram-se para o segundo turno. Os destaques foram site/ blog, com 71 diferentes indicações, e podcasts, com 68. Vale lembrar que as categorias de veículos são Agência de Notícias, Canal Digital, Jornal, Revista, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio e Site/Blog. u O segundo turno, que começou nesta quinta-feira (13/10), vai até 24 de outubro (vote neste link). u Confira a seguir todos os finalistas, em ordem alfabética: Conheça os finalistas dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças

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Edição 1.380 página 17 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Pesquisas sobre o papel das mídias digitais como fonte de informação costumamexaminar as grandes plataformas, mas o Pew Center acaba de divulgar um estudo olhando para onde não se costuma prestar tanta atenção: as chamadas “novas opções”, que se apresentam como alternativas às Big Techs. O estudo combina entrevistas com usuários americanos de sete redes e uma auditoria analisando aspectos como a forma de apresentação do site e recursos de privacidade. Os pesquisadores examinaram também as 200 contas com o maior número de seguidores em cada uma delas. Foram coletadas todas as postagens publicadas por essas contas em junho de 2022 − um total de 585.470 − e analisadas suas frases-chave, temas e links. Uma das plataformas cobertas pelo trabalho é Truth Social, aventura de Donald Trump que enfrenta problemas operacionais e financeiros e não conseguiu dar ao seu criador nem 5% dos 80 milhões de seguidores que tinha no Twitter até ser banido. Mas ela não é a única conexão do ex-presidente com seus potenciais eleitores para voltar ao cargo. As outras redes avaliadas pelo Pew são reconhecidas como preferidas por pessoas que se alinhamao pensamento conservador e à extrema-direita: BitChute, Gab, Gettr, Parler e Rumble. A sétima da lista é o Telegram, que em locais sob censura como a Rússia virou primeira opção para transmitir informações que não seguem a narrativa estatal. Mas em países sem censura é uma plataforma largamente utilizada pelos que querem fugir da moderaçãomais rigorosa das demais. Nas entrevistas, o Pew descobriu que, embora menos de um em cada dez americanos confirme usar qualquer um desses sites para se informar, a maioria dos que o fazem afirma ter encontrado uma comunidade de pessoas com ideias semelhantes. E os consumidores de notícias nos quatro sites com números Não é só Big Tech: estudo mostra como americanos estão se informando por redes alternativas suficientemente representativos para serem analisados individualmente – Parler, Rumble, Telegram e Truth Social – em grande parte dizem que estão satisfeitos com sua experiência ao receber notícias por eles, considerando as informações mais precisas e as discussões amigáveis. Parece uma boa notícia, mas não é bem assim. Os autores acham que esse comportamento não passa de um sinal de que esses sites encarnam o discurso público cada vez mais polarizado e as divisões partidárias dos americanos. Odebate é amigável porque a maioria lá pensa igual. Quando saemda bolha, dá briga. Em linha com o perfil dessas plataformas, a maioria dos que recebem notícias regularmente de pelo menos uma das sete redes alternativas de mídia social (66%) se identifica como republicana ou se inclina para o Partido Republicano. Por outro lado, consumi - dores de notícias nas redes sociais mais tradicionais, como Twitter, Facebook e YouTube, se identificam amplamente como democratas. O Pew também apurou que cerca de um quarto das contas mais proeminentes identificam- -se como conservadoras ou republicanas ou apoiando o ex-presidente Donald Trump ou seu movimento “Make America Great Again”. Muitas se concentram em temas como patriotismo e identidade religiosa, diz o Pew. E uma parcela significativa dos donos dessas contas − 15% − foi banida ou desmonetizada em outras mídias sociais, possivelmente por conteúdo associado a discurso de ódio ou teorias conspiratórias. Um exemplo é o QAnon. A auditoria encontrou 6% de contas mencionando conexão com a teoria da conspiração que apoia Donald Trump e inspirou o ataque ao Capitólio. Na BitChute, o percentual de desmonetizados ou banidos das BigTechs chega a 35%. Provando a tese da câmara de eco, os americanos que ouviram falar dessas redes mas não as usamcomo fontes de notícias as vêem com desconfiança. Quando perguntados sobre a primeira coisa que vem à mente ao pensar nelas, as pessoas nesta categoria geralmente citam imprecisão e desinformação, viés político, direita política, extremismo e ideias marginais. Para o jornalismo, o estudo lembra o ditado “não há nada tão ruim que não possa ser piorado”. A ameaça ao jornalismo confiável não está apenas nas grandes plataformas, como muitos defendem, mas também em um “universo paralelo”, onde o controle de discurso de ódio e desinformação é ainda menor. Os pesquisadores disseram que “essas redes se tornaramum refúgio para alguns que sentem que não têm um lar nas redes mais estabelecidas”. Menos de um em cada dez americanos se informando por elas parece pouco. Mas somando-os aos que se informam nos canais pouco confiáveis que resistem firmes nas grandes plataformas, aos que assistem a redes mainstream como a Fox News e aos que são influenciados diretamente por esse público, uma volta de Donald Trump à Presidência e o aprofundamento das divisões na sociedade parecem estar no horizonte dos EUA. Trump e sua rede socia

Edição 1.380 página 18 conitnuação - MediaTalks Confira os episódios em: Jairo Marques (Folha de S.Paulo) Caê Vasconcelos (UOL) Luciana Barreto (CNN Brasil) Nayara Felizardo (The Intercept BR) Luciene Kaxinawá (Amazônia Real) Erick Mota (Regra dos Terços) Assange com Covid − A batalha de Julian Assange pela liberdade ganhou mais um capítulo dramático na segunda-feira (10/10): a mulher do fundador do Wikileaks, Stella, anunciou que ele testou positivo para Covid-19 e foi colocado em isolamento na penitenciária de Belmarsh, onde segue preso enquanto tramita o processo de extradição para os EUA. Aos 51 anos, Assange demonstrou sinais de saúde frágil em suas últimas aparições públicas ou em contatos com membros da família e da defesa. Ele perdeu muito peso e a capacidade de falar claramente após a detenção, o que levou as autoridades prisionais a transferi- -lo para a ala hospitalar. Prisões em Mianmar − Em apenas uma semana, mais dois jornalistas foram condenados à prisão pela junta militar em Mianmar, um dos piores países para a liberdade de imprensa no mundo. O repórter birmanês Sithu Aung Myint, que trabalhou na revista Frontier Myanmar e foi comentarista político da emissora VoiceOf America (VOA), foi sentenciado a três anos de prisão depois de passar 14meses detido de forma preventiva. Dois dias antes da condenação de Myint, foi decretada a prisão do documentarista japonês Toru Kubota por dez anos. Os dois profissionais receberam acusações semelhantes às de Htet Htet Khine, jornalista freelance da BBC, mandada para a cadeia no final domês passado. Brasileiro vence − O fotógrafo brasileiro Jonne Roriz conquistou o primeiro lugar na categoria Espor tes em Ação do Siena International Photo Awards, um dos mais importantes prêmios de fotografia do mundo, que anunciou as fotos premiadas na segunda-feira (10/10). A imagem, que ganhou o nome de “Procurando Nemo”, combina força e delicadeza mostrando um peixinho saltando da água enquanto a medalhista de ouro olímpica Ana Marcela Cunha dá vigorosas braçadas no mar em sentido oposto na final dos 10 km de natação em mar aberto nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Brasileiros brilharam também diante das câmeras, retratados por fotógrafos de outros países emcompetições de surfe, marcha atlética e equitação. Deportados da Tailândia − O trágicomassacre emuma creche na Tailândia provocou mais uma crise de imagem para a CNN. Dois repórteres da emissora americana foramacusados de invadirem a cena do crime e fazerem imagens gráficas do sangue das vítimas. O material produzido pela repórter australiana Anna Coren e o cinegrafista britânico Daniel Hodge já foi retirado do ar, e ambos se desculparam com a população tailandesa. Apesar disso, o governo da Tailândia decidiu deportar os dois profissionais, que tinham somente vistos de turistas, portanto, não poderiam trabalhar no país, segundo a agência de notícias Thai PBS World. Watchdog Award 2022 − O site investigativo Bellingcat, pedra no sapato de Vladimir Putin, foi o grande vencedor do Prêmio DIG de jornalismo investigativo deste ano, conquistando o Watchdog Award 2022, em reconhecimento ao seu trabalho de “expandir os limites do jornalismo investigativo e fortalecê-lo com novas práticas, idiomas e tecnologias”, segundo o júri. O prêmio faz parte do Festival DIG, promovido por uma associação de apoio ao jornalismo independente baseada na Itália, escolhendo as melhores reportagens investigativas, podcasts e documentários publicados ou veiculadas em vários países. Este ano foram 400 inscritos. Dig é a palavra em inglês para “cavar” e na sigla significa Documentari, Inchieste, Giornalismi (“Documentários, Investigações, Jornalismo”) em italiano. Entre os sete trabalhos premiados este ano dois são sobre a Rússia e um deles tem o Bellingcat como umdos autores. Esta semana em MediaTalks Ana Marcela e o peixe Jonne Roriz

Edição 1.380 página 19 EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (*) Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Saúde Mental, a Rede JP conversou com a psicóloga clínica Dra. Luana Moreira sobre como a desinformação e a violência contra os profissionais da imprensa têm repercutido na rotina dos jornalistas. “No cotidiano atual, com a sociedade evoluindo cada vez mais para o negacionismo, criando real idades paralelas sem embasamento científico e o profissional da área de comunicação que passa a informação para o público sofrendo crescentes ataques nos últimos anos, elas têm contribuído para o adoecimento, prejudicando a saúde mental proveniente ao próprio trabalho que está sofrendo ataque”, disse. Confira a reportagem completa. A premiada atriz Viola Davis é a capa da edição 241 da Revista Raça. Ela está estrelando o filme A mulher rei e esteve recentemente no Brasil para o lançamento do filme. Viola é atriz e produtora norte-americana vencedora de um Oscar, um Emmy Award e dois Tony Awards. Foi considerada pela Time uma das 100 pessoas mais influentes do planeta em 2012 e em 2017. Revista Raça lança edição especial com entrevista exclusiva de Viola Davis Desinformação e discursos de ódio afetam a saúde mental dos jornalistas Parceiro: Apoio: De Londres e de São Paulo, notícias, ideias e tendências em jornalismo, informação, desinformação e plataformas digitais Oferecimento (MediaTalks Partner):

Edição 1.380 página 20 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) Para comemorar o Dia das Crianças busquei a história de um gênio do rádio que fez muito sucesso com programas infantis. O mais espetacular é que apenas um homem fazia as vozes de toda uma vila e de uma escola. Vital Fernandes da Silva imortalizou Nhô Totico para sempre. Ele nasceu em Descalvado, interior do estado de São Paulo, em 1903. Último de seis filhos da italiana Adelina Mandelli da Silva e do baiano João Fernandes da Silva, logo ganhou o apelido de Totó. Desde muito jovem tinha tendências para as artes, influenciado pelo pai. João era um músico hábil, que tocava vários instrumentos, mas adorava o violão. Bom músico, o pai de Vital empregou-se no cinema da cidade fazendo acompanhamento das seções de filmes mudos e com empenho conseguiu sociedade no cinema. O que seria ótimo para Vital e um grupo de amigos, que passaram a produzir os sons, como uma espécie de sonoplastia para as fitas, atrás das telas. Com dez anos, Vital vem com a família para a capital paulista, onde fica pouco tempo, pois logo ingressa no Seminário Salesiano de Lavrinhas, em que vive por um ano e retorna a São Paulo. De volta, começa a trabalhar para ajudar a família e através de um amigo conhece a professora Leonor de Campos, que o apresenta aos frades do Convento de São Francisco. Na instituição, Vital expande suas atividades artísticas, encenando, dirigindo e muitas vezes fazendo as vezes de cenógrafo. Alguns anos mais tarde funda a Associação dos Amigos de Santo Antônio, com sede no próprio convento. As atividades artísticas capitaneadas por ele vão tão bem que a verba conseguida com os festivais teatrais possibilita a reforma do Salão de Atos, a compra de um projetor de cinema e o lançamento do jornal Mensageiro da Paz. Vital passa a ser o animador oficial de eventos promovidos pelas obras assistenciais do Convento de São Francisco de Assis, ao lado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Logo ganha o cargo de humorista oficial da turma de direito do diretório estudantil XI de Agosto, mas ainda não tinha conseguido seu grande sonho: ser “artista”. Para ganhar a vida, consegue umemprego na Repartição de Águas e Esgotos, mas continua tentando decolar com sua carreira. Nesse meio tempo, começa a Revolução de 32 e, como a maioria dos jovens, ingressa nas tropas paulistas. Nhô Totico, um gênio do humorismo no rádio Os paulistas são derrotados, Vital volta à capital paulista e retoma seus contatos comomundo artístico. Entre eles, Oduvaldo Viana Filho e Otávio Gabus Mendes, que logo se interessam pelo rádioteatro, impulsionando esta nova linguagem. Mas embora tão próximo do veículo que o irá consagrar, o jovem Vital só vai ingressar no rádio pelas mãos de um parente. Vital tinha um cunhado que era saxofonista do Grupo Sertanejo Cigarra, ligado à revista Cigarra, bastante conhecida na cidade. Um dia, o grupo foi convidado a se apresentar nos estúdios da Radio Educadora Paulista, instalada no Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II, no centro da capital. Como o grande sonho de Vital era ser “artista”, procurava se infiltrar em todas as manifestações culturais que podia. Assim, aproveitou para ir à Educadora com o cunhado. Após o programa, os produtores pediram a ele que contasse uma anedota, ação que o jovem interiorano aproveitou. De improviso conta uma história umpouco picante para os ouvintes da época e, por isso, sua estreia foi um fiasco. Logo após o término da piada, ouve a censura dos colegas e amigos, que passam a ligar para sua casa reclamando do teor da historieta. O próprio Vital contou que ficou muito envergonhado e que há certo tempo “queria que o chão se abrisse” para que pudesse ser engolido e desaparecesse de tanta vergonha. Mas mesmo não dando certo sua tentativa de alegrar os ouvintes, essa foi a primeira vez que utilizou o pseudônimo de Nhô Totico. Nascia ali uma das maiores lendas do rádio paulista. Ele contou que depois da vergonha continuou tentando a vida artística, até que conseguiu iniciar a carreira pelas mãos de um dos estudantes de direito. Enéias Machado de Assis, que já atuava como radialista. Assis leva Totico para conhecer o jovem Olavo Fontoura, diretor e umdos proprietários de uma rádio clandestina. Na realidade, a emissora era resultado de uma brincadeira dos irmãos Fontoura, que chamaram a emissora de DKI − A Voz do Juqueri. Na hora do teste, Vital pergunta o que deve fazer e Fontoura pede para que ele repita as ações que faz diante dos estudantes. Nhô Totico conclui que não poderia fazer as mesmas brincadeiras, pois eram muito “pesadas” para a programação. Ele vai ao microfone e faz um pequeno teatrinho onde revela sua maior característica: faz todas as vozes dos personagens e ainda complementa a história com “efeitos especiais” feitos por elemesmo. Nessemomento consegue o espaço para fazer o seu primeiro programa, mas ainda sem remuneração. Totico desenvolve inicialmente um programa voltado ao público adulto, XPTO, Vila de Santo Antônio de Arrelia, ou simplesmente Vila do Arrelia. O sucesso é tanto que a rádio se regulariza e Nhô Totico ganha um contrato. Já em 1935, na Rádio Record de São Paulo, ele apresentava um programa diário com seus personagens, entre as 18h30 e 19 horas. Um dia antes de entrar no ar, encontra com Marcelino de Carvalho, um dos diretores emissora, que acabara de voltar da Europa, onde fora fazer a cobertura da guerra. Marcelino diz a Vital que no Hemisfério Norte as emissoras faziam programas para crianças em horário mais cedo, por causa do inverno, para que elas pudessem se deitar ouvindo o rádio. Então, o patrão propõe a Vital que faça umprograma para crianças formatado em um clube de futebol. O humorista se nega, afirmando que sobre o esporte não falaria e que era contra o fanatismo que envolvia as crianças, contrapondo com a necessidade Nhô Totico Acervo da Academia de Letras de Descalvado

Edição 1.380 página 21 A essa altura Vital já era uma celebridade nacional, tendo status de estrela, conquistando até a disputada imprensa carioca. Nos anos 1950, com a chegada da TV, os empresários passam a investir no novomeio e as verbas do rádio começam a minguar. Embora muitos tenham indicado o fim do rádio, o que aconteceu foi uma acomodação de mercado, em que as emissoras radiofônicas passaram a focar mais suas programações para a prestação de serviço e a TVs ficaram com a maior fatia do entretenimento. Em 1950, Vital tinha ganho o Prêmio Roquete Pinto, omaior e mais badalado do rádio brasileiro, como melhor humorista. Com todo o seu sucesso no rádio, foi natural a tentativa das emissoras de TV em levar Nhô Totico para suas programações. Mas ele sempre preferiu o rádio. Nos anos seguintes passa um longo período longe dos palcos e dos microfones. Embora tenha participado de vários programas de rádio e de entrevistas para a televisão, Vital não voltou efetivamente a trabalhar em um veículo até os anos 1980. Entre 1983 e 1985 fez um contrato com a TV Globo para participar trimestralmente do programa Som Brasil, apresentado por Rolando Boldrin. Vital Fernandes da Silva faleceu em 4 de abril de 1996, sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e enterrado no cemitério da Consolação, zona oeste da capital paulista. Mesmo tendo alcançado grande sucesso, não ganhou muito dinheiro, sempre manteve seu emprego na repartição pública e após deixar os microfones viveu modestamente em uma casa na capital paulista. Seu acervo, que inclui fotos, recortes de jornais, cartas e alguns móveis, foi doado pela viúva para a Academia de Letras de Descalvado, cidade natal do artista. Quase não há registros sonoros gravados de programas de Vital Fernandes da Silva. Confira duas exceções: https://www.youtube.com/watch?v=OZnoRIa2giw e https://www.youtube.com/ watch?v=68GDfCCv6qw. Há indícios não comprovados de que algumas gravações da censura teriam sido passadas para discos, mas ninguém sabe dizer onde podem estar. Incêndios e inundações ajudaram a apagar dos arquivos da Rádio Cultura de São Paulo os registros da Escola da Dona Olinda e da Vila do Arrelia. Parte domaterial que consta neste texto é resultado de depoimentos do próprio Vital Fernandes da Silva em eventos do Centro Cultural São Paulo e a algumas emissoras de rádio da capital paulista. Outra parte é resultado das pesquisas de Paulo Fernandes, sobrinho-neto do humorista. (Veja+) Confira também a entrevista de Nhô Totico ao programa Vox Populi, da TV Cultura, que faz parte do Museu de Descalvado. Você pode ler e ouvir esse e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas podem ser ouvidas em formato de podcast no link. (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. de estudo. Nesse momento toca a campainha para que Vital entre no ar. Marcelino de Carvalho insiste: então, vai falar do quê? Vital responde: não sei. Mas ouça! Ele adentra o estúdio da Record e começa seu programa e acaba criando ali a Escolinha da Dona Olinda, onde compunha estudantes como personagens oriundos das diversas colônias que existiam na cidade. Nasce assim o italiano, o japonês, o filho do sírio e do nordestino. Além do inspetor e zelador da escola, Sr. Joaquim, um negro velho com todas as suas crendices. Nhô Totico afirmava que tudo que fazia era de improviso e sem script. Como ele mesmo dizia, “como pastel de chinês”, feito na hora. Randal Juliano, radialista e ouvinte de Nhô Totico, afirmou que ele sentia no operador o efeito de suas piadas, e se fosse necessário mudava o sentido do programa na hora, bastando perceber que suas falas não haviam empolgado o colega de trabalho. Vital disse várias vezes que para ele esse processo de improviso era um “dom” divino. Com raciocino rápido e criatividade acima da média, Nhô Totico ganha espaço rápido no rádio paulista em dois horários. Das 18h às 18h30 apresentava a Escolinha da Dona Olinda e às 23h, a Vila do Arrelia. O primeiro, voltado às crianças, e o segundo, aos adultos. O sucesso é tanto que logo Vital passa a excursionar pelo País e a dividir o palco com grandes nomes da música popular brasileira. A competição acirrada pela audiência no final dos anos 1930 para os 40 leva a Rádio Cultura, dos irmãos Fontoura, a expandir a estrutura física da emissora para que as apresentações dos programas de Totico sejam feitas ao vivo em um auditório. Inauguram em 1939 o Palácio de Rádio, em um ponto privilegiado na Avenida São João, no centro da cidade de São Paulo. O prédio de seis andares possuía um auditório para 400 lugares que passou a lotar com as transmissões dos programas. Uma característica dos programas de Nhô Totico é que sua formação católica sempre esteve presente. O foco do programa para as crianças era educar e discutir valores de ética e cidadania. Mesmo com o sucesso, Vital Fernandes da Silva manteve seu emprego na repartição pública e cumpria religiosamente seus horários, desempenhando suas funções com empenho e esmero. Com jornada dupla, Vital é assediado por todas as grandes emissoras do eixo Rio-São Paulo, mas sempre mantém sua palavra com o amigo Fontoura. Mas a Rádio Record faz novamente uma proposta que não põe em xeque sua amizade. Nhô Totico mantém seus programas na Cultura e faz um novo programa na concorrente, evidentemente em outro horário. Nasce assim, em maio de 1936, mais um programa: Chiquinho, Chicote e Chicória. Mas a vida em três empregos fica difícil e Vital encerra seu programa na Record um ano depois. Seus personagens foram incorporados aos programas da Cultura, para tranquilidade dos irmãos Fontoura.

Edição 1.380 página 22 Comunicação Corporativa n A CDN está fazendo 35 anos. Uma das marcas que mais contribuíram para o avanço e o desenvolvimento da comunicação corporativa no Brasil e que por vários anos chegou a liderar o segmento, a agência acaba de anunciar um reposicionamento de marca. “Mais do que a mudança na identidade visual, a agência de comunicação assume o conceito de The PR Powerhouse (uma potência em relacionamento, que se apoia na inteligência de dados e na tecnologia para apoiar os negócios dos clientes), com um novo board, novo escritório, além do fortalecimento de sua área de inteligência de dados”, diz o comunicado distribuído no início desta semana. u De empresa de dono e sócios oriundos sobretudo do jornalismo, a agência mudou de mãos em setembro de 2013, quando João Rodarte e os demais sócios venderam a participação ao Grupo ABC, de Nizan Guanaes, então detentor de outras 14 empresas, entre elas África e Loducca. Poucos meses depois, emnovembro de 2015, emnovo movimento, o Grupo ABC foi vendido à gigante Omnicom, e com isso a CDN passou a ter controladores internacionais e a percorrer novos caminhos. u Poucomais de dois anos atrás, em agosto de 2020, a liderança da agência foi assumida por Fábio Santos, que já havia integrado sua diretoria alguns anos antes e que na ocasião cuidava de seu próprio negócio. u Nesse período, Fábio dedicou- -se a reestruturar a operação e o negócio, a despeito das incertezas provocadas pela pandemia da Covid-19. Renovou e diversificou a equipe, mudou o endereço do escritório na capital paulista, saindo da tradicional Faria Lima para a agitada Vila Madalena, e agora, com o anúncio do rebranding, prepara-se para nova fase de expansão, de olho em elevar o patamar de faturamento, Aos 35 anos, CDN adota novo posicionamento e aposta na força da renovação e do rebranding estimado nos últimos dois anos pelo Anuário da Comunicação Corporativa em R$ 51 milhões, nível que lhe dá a oitava colocação geral no segmento das agências e a terceira colocação quando se olha os faturamentos individuais de cada uma delas. u O novo posicionamento e as transformações da agência serão comunicados ao mercado por meio de uma campanha criada pela DM9. Ela deverá evidenciar a capacidade de construção de diálogo da agência e abrangerá anúncio em mídia impressa e peças para os meios digitais, incluindo um vídeo institucional. u Foi sobre esse novomomento que Jornalistas&Cia conversou com o CEO da CDN, entrevista publicada a seguir: Jornalistas&Cia – A CDN está fazendo 35 anos e é uma das pioneiras na transformação da atividade do segmento das agências de comunicação, tendo sido líder demercado por vários anos. E está agora adotando um novo posicionamento e assumindo transformações relevantes no negócio. Pode explicar o que está sendo planejado e implementado de mais importante na empresa? Fábio Santos – Nos últimos seis anos, a CDN deixou de ser uma empresa de três ou quatro sócios, todos à frente do negócio, para ser parte de uma holding global de capital aberto. O momento atual marca a consolidação dessa transformação. A CDN hoje está inteiramente integrada ao enorme ecossistema da Omnicom. Hoje, consideramos o PR a ferramenta mais poderosa que existe para fazer marcas e instituições dialogarem com seus públicos de interesse, sejam eles quem forem, estejam onde estiverem, seja via imprensa, redes sociais, experiências, influenciadores etc. Nós sabemos como navegar nesse novo cenário no qual a narrativa não é controlada por ninguém. Isso exige experiência, time diverso, ferramentas de big data, capacidade analítica e adaptabilidade. Temos no cerne de nossa prática o compromisso de, mais do que para os clientes, trabalhamos com eles para alcançar seus os objetivos de negócio. Dessa maneira, somos maleáveis para nos adaptar às necessidades de cada cliente, em lugar de fazê-lo adequar-se a um único método de trabalho. J&Cia – A atual reestruturação muda de algummodo o vínculo da agência, em termos internacionais? Fábio – Sim, em paralelo a esse processo de transformação cultural, a CDN encontrou um espaço mais adequado dentro da Omnicom. Estamos saindo da DDB, que é uma vertical principalmente de publicidade dentro da Omnicom, e passando a nos reportar ao Omnicom PR Group. Essa mudança nos traz mais acesso a ferramentas e conhecimentos que são mais úteis ao nosso trabalho no dia a dia. Também facilita o reporte, Equipe de executivos da CDN, liderada por Fábio Santos (o primeiro à esquerda, na fileira de baixo)

Edição 1.380 página 23 conitnuação - Comunicação Corporativa pois do outro lado há pessoas que conhecem melhor o que fazemos. J&Cia – Está nos planos algum grau de aproximação com as demais agências de PR do Grupo Omnicom, como as do Grupo In Press e a Ketchum? Fábio – Não há nada assimnos planos. Eles são concorrentes e continuarão sendo. J&Cia – No processo de transição, desde a venda do controle da CDN, houve grandes mudanças no time, que historicamente sempre teve grande presença de jornalistas. O que tem mudado nesse sentido? Fábio – Continuamos com muitas pessoas com formação em jornalismo, mas temos um time cada vez mais diverso, incluindo publicitários, cientistas sociais, cientistas de dados etc. Essa diversidade nos ajuda a ter uma visão do PR que se apoia fortemente na inteligência de dados, que consideramos ser a matemática dos relacionamentos, para elaborar soluções eficientes e efetivas para nossos clientes. J&Cia – Pode detalhar o perfil atual da equipe em termos de formação profissional, geracional, étnico-racial, LGBTQIA+? Fábio – Fizemos recentemente um levantamento para medir o quão diverso é o time. A maioria do nosso pessoal (63%) é de mulheres. Também temos uma boa diversidade etária: 14% têm mais de 50 anos, 27% têm entre 21 e 30 anos, 32% têm entre 31 e 40 anos, 32% têm entre 40 e 50. Temos um quarto da agência que vive fora de São Paulo, não apenas no Rio e emBrasília, onde temos clientes, mas também no interior, em outros Estados e até emoutros países. Umquarto das pessoas se identifica como LGBTQIA+ e 40% se identificaram como não brancos; dentre esses estão os 30% que se declaram negros (pretos ou pardos). Ainda temos umnúmeromuito pequeno de pessoas trans e estamos abaixo do percentual de negros na população. E precisamos de mais diversidade na liderança. J&Cia – Tem havido, a propósito, mudanças nas políticas de atração e retenção de talentos, sobretudo considerando-se os desafios atuais demontar emanter equipes de alto nível e grande engajamento? Fábio – Um dos principais desafios de nosso mercado é atrair e, principalmente, reter talentos, como sabem todos que atuam em agências. Nossa principal ação nesse sentido é apostar na formação das pessoas, desenvolver e aprofundar capacidades e habilidades, e num ambiente de trabalho inclusivo e de muito respeito às individualidades. Na CDN, as pessoas têm liberdade de realmente serem o que são. Não falo apenas de questões envolvendo orientação sexual, mas de questões mais práticas, da vida de cada um. Se é um valor para um funcionário levar diariamente o filho na escola, vamos tentar construir rotinas que permitam que isso aconteça na maioria dos dias. Essa flexibilidade só o trabalho híbrido permite. J&Cia –Onegócio da comunicação e, emparticular, das agências, tem passado e continua passando por grandes transformações. Tanto estruturalmente, por força da tecnologia, da web e das redes sociais, ensejando a diversificação de serviços, quanto conjunturalmente, em decorrência sobretudo dos efeitos da pandemia da Covid-19. Como a CDN de 2022 enxerga esse cenário e como tem buscado sinergia e adaptação a ele? Fábio – Na CDN, acreditamos que o PR, mais do que nunca, é uma ferramenta de marketing. Quando digo isso, não significa abandonar a ideia de que o PR é uma ferramenta de construção de reputação. Mas, sim, que hoje não há marketing sem reputação. Assim, mesmo que não nos reportemos diretamente aos líderes demarketing dos clientes, buscamos sempre estar alinhados e em sinergia com eles. Num mundo multipolar, com diversificação de vozes (hoje somos todos mídia e somos todos fontes de informação e opinião), a ideia de que é possível “dominar a narrativa” por meio de ações de marketing e comunicação é um equívoco. O que o mundo confuso, complexo e instável nos pede hoje é diálogo, é capacidade de ouvir e entender o que os públicos de interesse precisam, é a capacidade de responder com fatos, dados e argumentos fundamentados a essas demandas. Ora, a isso se chama relacionamento. Essa é a nossa praia. J&Cia – A CDN tem, entre suas ações pioneiras, a construção do IQEM, Índice de Qualidade de Exposição na Mídia. Mas hoje medir apenas a mídia não conta muito, embora continue importante. Quais os planos da agência para esse serviço? Fábio – Medir a exposição na chamada earned media conta muito, sim. A imprensa segue sendo um relevante fator na formação da reputação dasmarcas, influenciando inclusive as redes sociais. Mas, já há muitos anos, o IQEM tambémpode ser usado para medir a exposição das marcas nas mídias sociais. É o produto que chamamos de IQEM-S (s de social, claro). A renovação que estamos fazendo no IQEM é agregar ainda mais inteligência artificial ao produto, sem reduzir a fundamental e espessa camada de inteligência humana que ele já possui. Tornamos o algoritmo muito mais complexo: ele continha sete variáveis e agora passará a ter 17. Além disso, estamos trazendo novas fontes de dados, que vão permitir ter um primeiro resultado em tempo real, que depois será aprofundado pela análise humana. Por fim, temos transformado o IQEM, cada vez mais, emuma ferramenta de produção de insights estratégicos, reforçando nossa prática de PR baseado em dados. J&Cia – Qual o atual perfil da carteira de clientes da CDN? Fábio – ACDN temuma carteira muito diversa. Mas temos por característica atender a grandes clientes com grandes questões de comunicação, sejam marcas de consumo, empresas B2B ou, como eu prefiro, empresas B2P, business to people. Afinal, mesmo que estejamos falando de uma empresa que apenas vende insumos para outras, há uma expectativa de que ela comunique seus valores e provoque impacto positivo na sociedade. Hoje, temos em carteira clientes como Pfizer, Braskem, Samsung, Latam, SuperVia, Warner, Pacaembu, além de contas públicas relevantes. Fazemos a comunicação digital doGoverno do Estado de São Paulo, por exemplo. Na área de inteligência de dados, temos Itaú, Nestlé, Febraban, Porto Seguro, Citi, dentre outros. J&Cia – Como a agência espera fechar 2022? Fábio – Vamos fechar o ano entregando o resultado (EBTDA) pretendido pelos controladores. Por fazermos parte de uma holding comcapital aberto na Bolsa deNova York, não podemos abrir números. Posso dizer que tivemos um crescimento de receita em relação a 2021, que já foi um ano bastante positivo, depois de dois anos muito difíceis (2019 e 2020).

Edição 1.380 página 24 conitnuação - Comunicação Corporativa Internacional n Silvia Vasconcelos, ex-LLYC, Máquina e FSB, que deixou a Danthi Comunicações emmaio, foi para o exterior e está morando emDublin, na Irlanda. Foi em temporada de estudos, mas está disponível para frilas e até vagas remotas. n Shirley Emerick está de trabalho novo, numa transição para a área de Relações Governamentais e Institucionais. Deixou a IFC − International Finance Corporation (Banco Mundial), onde era diretora de Comunicação Brasil, e começou na semana passada na BHP, no time de Fernanda Lavarello, que é head de Corporate Affairs da BHP no Brasil. Vai atuar comoCorporate Affairs Principal. Com a mudança, volta a Belo Horizonte, sua cidade natal. n Igor Marques retoma o cargo de subsecretário da Comunicação do Governo do Estado, do qual tinha se afastado durante a campanha pela reeleição do governador Cláudio Castro. Marques trabalha com Castro há sete anos, desde que este era vereador. u O Governo do Estado deve abrir licitação para sua área de Comunicação, mas o formato ainda não está definido. Marques já tem alguns projetos e adianta: “Estou estudando para ver o que a Secom tem como modelo parecido. Sempre que o Governo abre licitação aqui, espelha-se em alguma coisa que já tenha sido feita. Posso informar quando o projeto estiver mais maduro”. n Marcela Sayão Prior, ex-Danthi Comunicações, que teve uma rápida passagem como assessora de imprensa da Segovi, na Prefeitura do Rio de Janeiro, foi para o Sesc, como analista de comunicação. Minas Gerais Shirley Emerick começa na BHP Shirley Emerick Paraná n Mariana Galvão Noronha começou em setembro como analista de comunicação na Mapa 360, para clientes das áreas de Transportes, Logística e Educação. Ela estava anteriormente por sete meses na Frísia Cooperat iva Agroindustr ial , como analista de marketing de conteúdo, e, antes, foi por quase cinco anos e meio assessora de imprensa na Prefeitura de Ponta Grossa. Silvia Vasconcelos Mariana Galvão Noronha Rio de Janeiro Igor Marques volta a ser subsecretário de Comunicação do Governo do Estado do Rio Igor Marques Marcela Sayão Prior Márcia Nunes n Márcia Nunes começou na Syngenta, contratada como gerente de Comunicação Brasil para a divisão Seeds. Ela foi anteriormente da Iguá Saneamento, onde ficou por um ano e nove meses como head de Comunicação e Marketing Institucional. Também esteve em cargos de liderança de comunicação em empresas como Pernod Ricard, Philip Morris International e Gol Linhas Aéreas. São Paulo Márcia Nunes começa na Syngenta

Edição 1.380 página 25 conitnuação - Comunicação Corporativa E mais... n Cibele Pereira e Leticia Afonso estão de cargos novos na Bayer, promovidas, respectivamente, a consultora de comunicação interna e consultora de comunicação externa. Ambas integram o t ime de Thiago Massari, líder de comunicação integrada da empresa. u Cibele, que tem 12 anos de companhia, passa a responder pelo planejamento estratégico da comunicação com colaboradores, o que fará apoiada por ferramentas de data analytics para avaliar o comportamento de consumo de conteúdo e tendências de engajamento com esse público. u Leticia, na empresa há quatro anos, ficará à frente das estratégias voltadas para relacionamento com imprensa, influenciadores digitais e canais proprietário da organização nas redes sociais. n AnaClaudiaCamara começou como head de PR na Conteúdo, para o atendimento a Perfetti Van Melle (Mentos and Fruittella). Ela esteve anteriormente em Agência Pub (sete meses) e Approach (oito anos e oito meses). n Beatriz Fontes, assistente de comunicação, deixou a Promosapiens, em que esteve até setembro, por poucomais de um ano e meio de casa, e foi para a Trasmontano Saúde, no cargo de analista de marketing júnior. n Carlo Carcani Filho deixou a FSB, onde era produtor de conteúdo e ficou por poucomais de um ano, até maio, e agora está trabalhando com produção de conteúdo para redes sociais na How Brain Tech, em Campinas. n Daniela Teixeira, que foi da comunicação da Bridgstone por quase quatro anos, onde ficou por cerca de quatro anos, em duas passagens, por último como gerente sênior de assuntos corporativos América do Sul, está há algumas semanas no Airbnb, como gerente sênior de políticas públicas. Ela também foi de Apple e Goodyear. n A Máindi, em processo de reestruturação de negócios e que atuará em iniciativas focadas na Copa do Mundo do Catar e na COP27, no Egito, criou uma nova diretoria e ampliou a equipe com quatro contratações. u Guilherme Sierra (guilherme. [email protected] e 11- 975426300), ex-John Deere, com 28 anos de experiência, chega para assumir a recém-criada Diretoria de Planejamento e Inteligência de Mercado. Adriano Silva, também comentarista do podcast Abaixa a Bola e redator de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina, integra-se ao time B2B, coordenado por Alessandra Sabbag, que conta também com Camila Mortari. Para a equipe B2C, as novidades são as chegadas de Naiara Evangelo, aluna pesquisadora de doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e Gabriel Miqueleti, ex-assessor de imprensa das Prefeituras Regionais de São Paulo, que esteve, por último, na Texto Comunicação como assessor de imprensa terceirizado. Guilherme Sierra, Adriano Silva, Naiara Evangelo e Gabriel Miqueleti chegam à Máindi Guilherme Sierra Adriano Silva Gabriel Miqueleti Naiara Evangelo Cibele Pereira Leticia Afonso Ana Claudia Camara Beatriz Fontes Carlos Carcani Filho Daniela Teixeira

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