Jornalistas&Cia 1378

Edição 1.378 página 35 Inscrições até 30 de setembro 27ANOS ao conhecimento de negócios, e a sustentabilidade financeira. A grande maioria das organizações associadas é de jornalistas que têm expectativas muito claras do que gostariam de entregar em termos de conteúdo, mas que acabam tendo alguma dificuldade na hora de colocar isso em prática porque não têm uma formação para além do jornalismo. Ou não têm verba e equipe para dar conta de criar um produto digital que corresponda à expectativa do mercado. A Ajor chega para contribuir para que essas organizações consigam ampliar suas equipes de uma forma diversa, fazendo com que elas também entendam que, para conseguir manter uma estrutura de uma organização, você precisa ter alguém de gestão, de marketing, de negócios. E é combinando essas qualidades e conhecimentos que você consegue ter uma organização institucionalmente eficiente e segura. No Brasil, não existe nenhuma lei de incentivo estatal que fomente a produção de informação de qualidade para a população. Apesar do acesso à informação ser um direito. Então, além do desafio do acesso à tecnologia, existe também o impasse da falta de verba. A Ajor também vem para conseguir convencer todo um setor de investidores e da filantropia a ver o jornalismo digital como um investimento eficiente, importante, tanto numa perspectiva de direitos humanos, como um setor que também pode gerar lucro. J&Cia − Quais as principais conquistas do primeiro ano da Ajor? E quais as perspectivas para o futuro da entidade? Maia − Nesse primeiro ano, focamos muito em entender as organizações associadas e buscar parceiros no ecossistema. Hoje sabemos que a dor dessas iniciativas não é de conteúdo, não é de formação em jornalismo, não é de acesso a ferramentas tecnológicas para o fazer jornalístico em si. O foco da Ajor é no fomento ao empreendedorismo, e a gente conseguiu avançar muito nisso. Conseguimos financiamento para projetos e fomos ativamente abordados por organizações que queriam apoiar iniciativas de jornalismo. Só neste ano, a Ajor foi apoiadora de três programas de formação e consultoria em negócios: o Acelerando a Transformação Digital, o GNI Local Lab e o GNI Startups Lab. Também fomos parceiros na realização do curso aberto Jornalismo empreendedor: Como monetizar e promover meios digitais sustentáveis, produzido pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. No começo do ano, havia a expectativa de que 2022 seria o ano para posicionar a Associação como um ator no debate público brasileiro. Ainda não conseguimos avançar nisso como eu gostaria, mas acho que é um processo. Vivemos hoje um momento político bastante difícil no Brasil: tudo está mudando rapidamente e é desafiador desenvolver-se com muita agilidade. A própria Ajor está vivendo um crescimento acelerado. Criamos a organização em maio de 2021 e triplicamos o número de associadas em um ano. Agora, temos que conseguir entender as especificidades dessas organizações e dar conta de iniciativas que respondam a elas. Para isso, vamos focar em desenvolver pesquisas para entender exatamente quais os calos de cada organização, e como podemos organizar e falar com os diferentes nichos. Também estamos ampliando a

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