Jornalistas&Cia 1378

Edição 1.378 página 15 Inscrições até 30 de setembro 27ANOS outras apostam no oferecimento de versões abertas de conteúdo e em programas de recompensas para apoiadores. Em 2022, o Núcleo Jornalismo, veículo digital focado em cobrir redes sociais e seu impacto na sociedade, lançou um programa de membros com o objetivo de se aproximar da audiência. Os leitores podem escolher entre três opções de aporte mensal em troca de benefícios exclusivos, como acesso direto aos editores e participação em encontros mensais com especialistas. “O jornalismo só é executado de forma completa se houver preocupação com a audiência. E ela responde”, afirma Alexandre Orrico, cofundador da organização. “Quanto mais atencioso o veículo, quanto mais retorno tiver e mais incluída a comunidade for, mais as pessoas respondem com participação, dinheiro, feedback. E isso impacta diretamente o modelo de negócios. Sabemos que é uma missão difícil, mas queremos que cada vez mais nossas atividades sejam financiadas pelos leitores e por quem gosta do nosso conteúdo”. A longo prazo, o objetivo do veículo é de que pelo menos 20% das despesas sejam cobertas com dinheiro dos apoiadores. A organização também se financia por meio de parcerias e da monetização de ferramentas tecnológicas de audiência e visualização de dados que desenvolve. Veículos como Agência Pública, Lupa e Ponte Jornalismo também investiram em membresias. O modelo possibilitou o surgimento da função de gerentes de comunidade ou de relacionamento, cargo que se dedica à interação com os membros e a busca por novos apoiadores. “Não é somente uma função comercial, é uma junção de organização de projetos com atendimento ao cliente. Eu preciso ouvir os feedbacks dos membros, e também ajudar a pensar em novas campanhas, por exemplo”, explica Jéssica Santos, da Ponte. Independentemente do tamanho do nicho que vai atender, o jornalismo digital atinge diferentes escalas de maturidade financeira e de negócios. Algumas organizações com fins de lucro, por exemplo, apostam na busca por sócios e investidores para conseguir crescer e acelerar seus negócios. O Jota, que se especializou em oferecer informação sobre os Três Poderes, nasceu com o aporte de um investidor-anjo. O jornalismo especializado, a tecnologia e a diversificação de produtos abriram caminho para a rentabilidade – e por reconhecimento. Em 2019, o veículo foi o vencedor do prêmio LATAM Digital Media Awards, na categoria de melhor startup de informação digital na América Latina. Outro exemplo é o Canal Meio, O veículo, que aproveitou o crescimento das newsletters no Brasil, entre os anos de 2014 e 2015, para consolidar o formato de curadoria diária de notícias, também conseguiu alavancar seus negócios com aportes de sócios. Hoje, conta com 160 mil inscritos gratuitos e cerca de dez mil assinantes da versão paga, com o valor de R$ 9,90 por mês. Em abril de 2022, a organização captou R$ 5 milhões de investidores e aposta agora em aumentar a equipe, expandir a presença digital com formatos de vídeos e chegar aos 30 mil assinantes pagos em dois anos. “Olhamos nossos assinantes de forma diferente, mais atenta aos dados. Você tem que olhar o que as pessoas estão fazendo, como é que Programa de membros do Núcleo Jornalismo acervo pessoal Alexandre Orrico

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